Avião indonésio continua desaparecido após dez dias

Diversos países estão procurando a aeronave da companhia Adam Air que desapareceu no dia 1º de janeiro e levava 102 passageiros

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dez dias após desaparecer dos radares junto às ilhas Célebes, o Boeing 747-400 indonésio, que tinha 102 pessoas a bordo, ainda não foi localizado, apesar da intensa operação de busca com a participação de vários países. Três mil pessoas, um Boeing 737, um avião Nômade, três aviões Casa, cinco navios de guerra da Marinha, um navio hidrográfico e vários helicópteros BO-105 e SA-330 Super Puma estão procurando a aeronave da companhia Adam Air que desapareceu no dia 1º de janeiro. Também colaboram na minuciosa operação um pequeno avião Fokker 50 da Força Aérea de Cingapura e um avião King Air-200 do Exército canadense, que vasculham a área em um esforço para rastrear a aeronave. A busca se concentra no mar, nas águas de Mamuju, Majene e Polewali Mandar (Célebes Ocidental) e de Tana Toraja (sul de Célebes), e nas selvas do sudoeste da ilha. "Não há sinais do avião", admitiu o ministro dos Transportes indonésio, Hatta Rajasa, informou hoje a agência de notícias estatal "Antara". Até o momento, o único progresso foi a descoberta de grandes destroços metálicos a uma profundidade de mais de mil metros no estreito de Makassar, que poderiam ser parte da fuselagem do avião. Estes destroços foram encontrados na segunda-feira pelo barco KRI Fatahillah da Marinha em três pontos ao norte da cidade de Mamuju, no oeste de Célebes Central, mas ainda não foi possível determinar se pertencem ao avião. Um segundo barco militar, o KRI Ajak, também informou que recebeu sinais de sonar confirmando a presença de metal nas águas de Mamuju. O coronel Toni Syaiful, porta-voz do Comando da Frota Oriental da Marinha, disse à imprensa que "os sinais recebidos pelo Ajak reafirmam nossa crença de que há objetos metálicos no fundo do mar, mas o que eles são ainda é um mistério. Não podemos ainda afirmar que tenham algo a ver com o avião desaparecido da Adam Air". As esperanças de determinar se os metais pertencem à fuselagem do avião desaparecido estão no "Mary Sears", um barco oceanográfico da Marinha americana equipado com alta tecnologia, que chegou na terça-feira a Célebes para colaborar na investigação. A presença de metais no fundo do mar está de acordo com as declarações das duas únicas testemunhas que afirmam ter visto o que poderia ser o avião da Adam Air. Burhanudin e Gusman, dois pescadores que trabalhavam na área no dia 1º, disseram às autoridades que viram um avião voando de forma instável a uma altura de cerca de 200 metros, apesar de não poderem dar muitos detalhes, já que só avistaram rapidamente a aeronave antes que esta sumisse no nevoeiro. A falta de pistas das equipes de busca fez com que seis videntes e adivinhos fossem convidados a unir-se às tarefas de rastreamento. No entanto, até agora, estes não puderam oferecer muita informação às investigações oficiais. A iniciativa partiu da Força Aérea indonésia, que considerou positivo contar com a ajuda do famoso vidente indonésio Andi Musi e do adivinho Sulaeman Daeng Tata. Junto com outros cinco xamãs, Musi foi levado a bordo de um avião Casa até a região de Palu, local onde seus supostos poderes indicam que a aeronave poderia ter caído. A "visão sobrenatural" de Tata também aponta para a mesma área, já que o vdente afirmou que o avião teria caído no distrito de Uentira, uma área de plantações de café situada entre Palu e a cidade de Parigi, em Célebes Central.

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