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Avião que caiu nos Estados Unidos decolou de pista errada

O aparelho levantou vôo de uma pista mais curta, ao invés de fazer decolar de uma extensa o suficiente para que a aeronave tivesse atingido a velocidade necessária

Por Agencia Estado
Atualização:

O avião que caiu neste domingo em Kentucky, no sul dos Estados Unidos, com 50 passageiros a bordo, decolou da pista errada, segundo informou em entrevista um porta-voz da Associação Nacional de Segurança no Transporte (NTSB, na sigla em inglês). O acidente causou a morte de 49 dos 50 ocupantes do aparelho. O aparelho levantou vôo de uma pista mais curta, a de número 26, ao invés de fazer o mesmo na de número 22, extensa o suficiente para que a aeronave tivesse atingido a velocidade necessária para a decolagem, segundo analistas consultados pela rede de televisão CNN. O avião caiu por volta das 6h local (7h de Brasília), pouco depois de decolar no aeroporto de Bluegrass com destino a Atlanta. Ele era do modelo CRJ-200 fabricado pela fábrica canadense Bombardier e pertencente à companhia aérea Comair, filial da Delta Airlines. Um dos tripulantes, o primeiro oficial James Polehinke, conseguiu sobreviver à tragédia e permanece hospitalizado em estado "grave" no Hospital da Universidade de Kentucky. O CRJ-200, adquirido pela filial da Delta em 2001, tinha 14.500 horas de vôo, "condizente com um avião de sua idade", disse o executivo da companhia aérea, que se mostrou visivelmente abalado durante sua entrevista à imprensa. Um porta-voz da Polícia de Lexington já tinha confirmado suspeitas de que o avião teria decolado da pista mais curta - de apenas um quilômetro de extensão - e de que a tripulação teria descoberto o erro quando já seria muito tarde para evitá-lo. Segundo especialistas em aviação, o CRJ-200 necessita de 1,3 km a 1,5 km de pista para levantar vôo. A principal pista do aeroporto de Bluegrass mede 2,1 km. Fim do período "mais seguro da aviação americana" O acidente põe fim ao período batizado como "o mais seguro na história da aviação americana". Desde 12 de novembro de 2001, quando um avião da American Airlines caiu no bairro nova-iorquino do Queens e provocou a morte de 265 pessoas, cinco delas transeuntes, não tinha acontecido um acidente de grande magnitude nos EUA. O número de vítimas nos poucos acidentes aéreos ocorridos desde então foi muito pequeno. Vinte e uma pessoas morreram em janeiro de 2003 em um avião da Air Midwest que caiu pouco após a decolagem no aeroporto Charlotte/Douglas, no estado da Carolina do Norte. Em dezembro do ano passado, um hidroavião operado pela Ocean Airways caiu em Miami Beach, matando os 18 ocupantes do aparelho. Apesar de os acidentes serem poucos, as companhias aéreas vivem em um estado de alerta permanente frente a eventuais ameaças terroristas. O plano para atentar contra companhias aéreas americanas que a Polícia britânica desarticulou em fase avançada em Londres, em julho, é uma das provas mais palpáveis dos riscos enfrentados pelo setor. A operação gerou medidas extraordinárias de segurança e fez com que as autoridades aéreas desviassem vários vôos desde então, por suspeitas que acabaram não se concretizando. Na sexta-feira, as autoridades federais desviaram vários vôos e intensificaram as medidas de segurança em vários aeroportos devido a sete incidentes separados. Um deles agitou o aeroporto internacional de Houston (Texas), depois que um cachorro detectou resíduos de material explosivo na mala de um passageiro proveniente da Argentina.

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