Avião segue desaparecido na Malásia

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Por Edgar Maciel e COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS E DOW JONES NEWSWIRES
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No terceiro dia de buscas, dezenas de navios e aeronaves ainda não conseguiram localizar qualquer peça do Boeing 777, que desapareceu na madrugada de sábado ao sul do Vietnã. O chefe de Aviação Civil da Malásia, Azharuddin Abdul Rahman, disse nesta segunda-feira que os investigadores estão analisando "cada ângulo" para tentar explicar o desaparecimento, inclusive a possibilidade de sequestro.Manchas de petróleo foram encontrados ao sul da China e enviados a um laboratório para analisar a possibilidade de um vazamento do avião da Malaysia Airlines, que transportava 239 pessoas. O Boeing 777-200 decolou de Kuala Lumpur às 00h41 de sábado (hora local, 13h41 de sexta-feira no Brasil) e deveria aterrissar em Pequim seis horas mais tarde. Seu sinal no radar da Malásia foi perdido uma hora depois da decolagem.Centenas de parentes estão reunidos em um hotel em Pequim, à espera de um voo para Malásia. Dos 227 passageiros, dois terços eram chineses. Da Malásia, vieram 38 pessoas e 12 tripulantes, além de passageiros de outras localidades da Ásia, Europa e América do Norte, incluindo três norte-americanos."Nós aceitamos a vontade de Deus. Se eles forem encontrados vivos ou mortos, nos rendemos a Alá", disse Selamat Omar, pai do malasiano Mohamad Khairul Amri Selamat, de 29 anos, que estava indo a Pequim para uma viagem de negócios.Navios do Vietnã trabalharam durante toda a noite, mas não encontraram nenhum objeto ou parte do avião que pudesse fornecer sinais sobre a localização do veículo. Uma equipe chegou a recuperar um objeto amarelo, que poderia ser um salva-vidas, mas as suspeitas foram descartadas. "Não encontramos nada que parecesse pertencer a aeronave", disse Rahman.Nesta segunda-feira, o ministro da Agricultura da Malásia fez um apelo aos pescadores do país para que ajudem a procurar qualquer sinal que possa dar pistas sobre a localização da aeronave. Dato Seri Ismail Sabri Yaakob disse que convidou 1.733 navios a participar das operações. "Eles vão olhar para qualquer coisa que não seja peixe, qualquer sinal no mar", afirmou.InvestigaçõesO governo da Malásia trabalha com várias possibilidades para explicar o desaparecimento do avião, entre elas uma possível explosão, uma falha do motor, turbulência, erro humano ou até mesmo suicídio. Neste momento, o foco das investigações está voltada para um possível ato terrorista, no qual dois passageiros - um italiano e outro austríaco - viajavam com passaportes roubados. Os documentos foram roubados na Tailândia, em 2012. As reservas mostravam que somente os bilhetes de ida para a China haviam sido emitidos.A Interpol confirmou que tinha conhecimento sobre o roubo dos passaportes, mas explicou que nenhum documento foi verificado antes de o avião partir. O secretário da Interpol, Ronald Noble, salientou que apenas alguns países fazem essa verificação e criticou as autoridades que estavam "à espera de uma tragédia para colocar as medidas de segurança nos portões de embarques internacionais".Rahman respondeu aos comentários e disse que todos os quesitos de segurança na Malásia são respeitados em conformidade com as normas internacionais.

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