11 de outubro de 2012 | 18h48
Em Damasco, uma forte explosão ocorreu no prédio da Justiça militar no final da tarde, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres. A televisão estatal disse que duas pessoas ficaram feridas nesse ataque.
Mais cedo nesta quinta-feira, políticos turcos negaram as acusações feitas pela Rússia, aliada da Síria, de que o governo turco colocou em perigo a vida dos passageiros russos que estavam a bordo do avião da Syrian Air. Dos 35 passageiros, 17 eram russos. O avião ficou retido em Ancara por várias horas, mas foi liberado para prosseguir até Damasco com todos os passageiros na noite de ontem.
O porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, disse que Moscou ficou preocupada com os passageiros. Segundo ele, a Turquia, sem explicações, impediu que funcionários da Embaixada russa em Ancara e um médico tivessem acesso aos passageiros, os quais durante oito horas tiveram que aguarda no avião, sem poderem descer no aeroporto, e sem receberem alimentos.
O comunicado do governo turco afirma que os passageiros receberam a permissão para sair do avião se quisessem, e que uma equipe médica estava de prontidão. A Turquia, em separado, submeteu um protesto formal à Síria, por violação das regras da aviação civil, e declarou o espaço aéreo sírio inseguro para aviões comerciais turcos.
O ministro dos Transportes da Síria, Mohammad Ibrahim, disse que o fato da Turquia ter interceptado um avião de passageiros e ter forçado a aeronave a descer em Ancara equivale a um ato de "pirataria".
Dentro da Síria, combates entre tropas de Assad e insurgentes continuaram nesta quinta-feira. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos informou que combates na província de Idlib, perto da Turquia, deixaram mais de 12 mortos, quando rebeldes atacaram um posto de controle do exército. O Observatório também disse que oito pessoas foram mortas e outras oito feridas quando atiradores desconhecidos atacaram um ônibus perto da cidade de Tartous, no Mediterrâneo. A agência estatal síria Sana disse que os homens que estavam no ônibus e foram mortos e feridos eram trabalhadores sírios que estavam no Líbano e voltavam para casa.
Na província de Deraa, no sul do país, atiradores mataram o irmão de um parlamentar sírio quando saquearam a casa do homem. Segundo a agência estatal Sana, o parlamentar em questão, Khalid al-Aboud, regularmente defende o governo sírio na televisão. O Observatório disse que atiradores também mataram o filho de outro parlamentar, Mohammed Kheir al-Mashi, na província de Idlib.
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