Aviões militares israelenses entram no espaço aéreo libanês

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Por Agencia Estado
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Aviões de guerra israelenses violaram em diversas ocasiões o espaço aéreo libanês pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, denunciaram autoridades ligadas ao governo do Líbano sob condição de anonimato. Segundo as fontes, os atos de Israel têm como objetivo ampliar a tensão no Oriente Médio em meio aos planos norte-americanos de ataque ao Iraque. De acordo com as autoridades libanesas, dois caças de ataque israelenses fizeram missões de reconhecimento sobre Baalbek, 100 quilômetros a nordeste de Beirute, a média altitude durante alguns minutos. Moradores de Hasbaya, no sudeste do país, e Marjayoun, no sul, também disseram ter ouvido aviões rompendo a barreira do som, causando dois estrondos ensurdecedores. O ministro da Defesa do Líbano, Khalil Hrawi, denunciou mais tarde que os sobrevôos israelenses "demonstram o repúdio do Estado judeu à lógica da paz" Os atos que ocorrem logo após a reeleição de Ariel Sharon como primeiro-ministro de Israel e à decisão do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) de renovar o mandato de uma força de manutenção de paz há 24 anos posicionada no sul do Líbano, perto da fronteira com o Estado judeu. Hrawi lembrou que o CS da ONU ordenou a Israel que pare de violar o espaço aéreo libanês. Segundo ele, o Líbano está lidando com as violações "por meios diplomáticos e militares". "Provocando esta tensão, Israel está tentando participar de alguma forma da crise iraquiana, pois quer estar presente da arena do Oriente Médio por intermédio de seu poderio militar", disse ele em entrevista à Rádio Voz do Líbano. Há temores tanto no Líbano quanto em Israel de que uma guerra dos Estados Unidos contra o Iraque aumente a tensão na fronteira entre os dois países. Israel é um aliado próximo dos EUA e compartilha com Washington o desejo de tirar Saddam Hussein do poder. Não há relatos de que guerrilheiros do Hezbollah tenham disparado contra os aviões israelenses, como já aconteceu anteriormente. O Exército de Israel preferiu não se manifestar sobre o incidente.

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