Bachelet busca formar ministério para cumprir promessas de campanha

Após obter mais de 62% dos votos no segundo turno de domingo, eleita no Chile diz querer 'os e as melhores' para enfrentar desafios de campanha

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Por Guilherme Russo e Santiago
Atualização:

SANTIAGO - Na primeira entrevista coletiva após se eleger para um novo mandato presidencial no Chile, a socialista Michelle Bachelet afirmou na segunda-feira, 16, que nomeará seu gabinete até o fim de janeiro. A presidente eleita afirmou que escolherá "os e as melhores" para os ministérios, independentemente do sexo. Entre os principais desafios estão a gratuidade do ensino universitário e a busca de fórmulas para baratear a previdência privada.

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Bachelet falou com os jornalistas depois de se reunir com líderes dos sete partidos que compõem a Nova Maioria, coalizão de centro-esquerda pela qual ela se elegeu no domingo com 62,16% dos votos. Sua rival, Evelyn Matthei, obteve 37,83%.

"Quero ter o tempo necessário para escolher os melhores - eles e elas - que tenham a camisa bem vestida, que estejam plenamente sintonizados com as diretrizes do programa de governo. Portanto, o que defini é que na segunda quinzena de janeiro tornarei público qual será o gabinete", disse Bachelet.

A nomeação da equipe de governo terá de levar em conta a proporcionalidade entre os partidos da coalizão que apoiaram a candidatura da socialista.

"Definirei os critérios para cada setor (do futuro governo) e depois verei o perfil das pessoas e tornarei públicos os nomes", afirmou Bachelet, que tomará posse em 11 de março.

"Acredito que os símbolos também importam, mas nem sempre você encontra mulheres em algumas áreas e nem sempre você encontra homens em outras áreas. O mais importante é que sejam pessoas comprometidas com o Chile, que sempre ponham as pessoas no centro das decisões, que entendam que o diálogo e a participação são importantes."

De acordo com Bachelet, os representantes dos partidos da Nova Maioria concordaram ontem que caberá à presidente eleita tomar todas as decisões para a formação do gabinete e "também do que serão as formações dos governos regionais". "E essa é uma relação clara entre nós."

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CANDIDATOS

De acordo com analistas chilenos, o economista Alberto Arenas, do Partido Socialista, de Bachelet, é um dos nomes mais cotados para o Ministério da Fazenda - juntamente com o de Andrea Repetto, uma das principais responsáveis pelo programa econômico da presidente eleita. Para a pasta do Desenvolvimento, as apostas recaem sobre os economistas Alejandro Micco, do Partido Democrata-Cristão, e Nicolás Eyzaguirre, do Partido pela Democracia, que ocupou a pasta durante o mandato de Ricardo Lagos (2000-2006).

O Ministério da Energia poderá ser ocupado por Eduardo Bitrán, do Partido pela Democracia, que coordenou as propostas do setor para o plano de governo de Bachelet durante a campanha. Para Justiça e Educação, o Partido Radical, que pede a pasta, quer o nome de José Antonio Gómez, que deixará o Senado em março. O ex-ministro da Defesa José Goñi, do Partido pela Democracia, é um dos principais candidatos ao Ministério das Relações Exteriores, juntamente com o democrata-cristão Mariano Fernández, que ocupou a pasta no primeiro mandato de Bachelet, entre 2009 e 2010 (mais informações nesta página).

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