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Bachelet pede fim de silêncio sobre crimes da ditadura

No Palácio de La Moneda, líder chilena participou de ato em homenagem a Salvador Allende, morto no golpe de 1973

Por SANTIAGO
Atualização:
A presidente do Chile, Michelle Bachelet Foto: Sebastian Silva/EFE

No 41.º aniversário do golpe militar no Chile, a presidente Michelle Bachelet, pediu ontem para quem tiver informações sobre crimes cometidos durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973 a 1990) se apresente e fale. "Basta de esperas dolorosas e de silêncios injustificados", afirmou a presidente. "É fundamental que quem tiver informações relevantes, sejam civis ou militares, que as entregue."

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Bachelet participou de um ato no Palácio de La Moneda em homenagem ao presidente socialista Salvador Allende, morto durante o golpe de Estado de 1973 que levou ao poder o general Pinochet.

Também estava presente a senadora Isabel Allende, líder do Senado e filha de Salvador. Como Isabel, Bachelet também perdeu o pai no golpe de 11 de setembro.

A líder chilena referiu-se também ao recente atentado em um refeitório de uma estação de metrô, ocorrido na segunda-feira, no qual 14 pessoas ficaram feridas, e ressaltou que, no Chile, "não pode haver mais espaço para a violência, o medo e o terror".

"Se há uma lição aprendida por todos, após o golpe militar de 1973, é que no Chile não há espaço para a violência. Condenamos a violência em todas as suas formas e reivindicamos a vocação do nosso país de viver em paz e tranquilidade", afirmou.

Prisão.

O deputado Rosauro Martínez, de 64 anos, militar aposentado, foi preso e processado ontem na cidade de Valdívia, no sul do Chile, acusado de participar do assassinato de três militantes do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), grupo radical que fazia oposição ao governo de Pinochet.

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Martínez, deputado do partido de direita Renovação Nacional, "foi processado como autor de três homicídios qualificados em uma ação solicitada pelo Ministério do Interior", declarou, em entrevista à emissora americana CNN, Alvaro Silva, advogado do ministério. Durante a ditadura chilena, estima-se que morreram mais de 3,2 mil pessoas e 38 mil foram torturadas.

/ AFP e EFE

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