Bagdá diz ter detido ''inimigo nº 1''

Líder da Al-Qaeda no Iraque teria sido preso na capital

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Por AFP E REUTERS
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Pouco após os mais violentos ataques suicidas dos últimos meses, autoridades iraquianas afirmaram ontem ter capturado um dos mais importantes e temidos líderes da insurgência sunita no Iraque. Abu Omar al-Bagdadi, suposto chefe do grupo Estado Islâmico do Iraque - organização afiliada à Al-Qaeda na Mesopotâmia -, teria sido detido por unidades da inteligência iraquiana em um distrito no sudeste de Bagdá. Figura obscura, Bagdadi estava havia anos entre os principais alvos das tropas americanas e iraquianas no Iraque. Mas pouco se sabe sobre suas origens e mesmo sobre sua influência entre militantes sunitas. Segundo o governo iraquiano, ele seria o sucessor do jordaniano Abu Musab al-Zarqawi - morto há quase três anos - na liderança da Al-Qaeda. Embora militantes sunitas tenham perdido força desde 2007, Bagdadi seria o principal nome por trás dos últimos ataques a tropas iraquianas e civis xiitas nas províncias de Diyala e Mossul, no norte do Iraque. Os EUA reagiram com cautela ao anúncio da prisão. "Nós certamente esperamos que seja verdade", disse o porta-voz do Pentágono Bryan Whitman. "Seria algo muito significativo", completou. Especialistas chegaram a supor que Bagdadi era, na verdade, uma figura mítica criada pelos jihadistas. O Exército iraquiano anunciou várias vezes a prisão e até mesmo a morte de Bagdadi para depois ter de se desmentir. Whitman, porém, declarou que recentes informações apontavam para a existência de um único líder da Al-Qaeda operando sob essa alcunha. Especula-se que Bagdadi tenha se tornado figura importante após a revolta sunita em Faluja, em abril de 2004. Antes disso, Bagdadi teria fundado o grupo ultrarradical Salafia al-Jihad no Iraque, em 1985, e se abrigado no Afeganistão entre 1987 e 1991. Com a morte de Zarqawi, em junho de 2006, em um bombardeio americano, ele teria assumido o alto comando da Al-Qaeda no Iraque. Seu contato com a cúpula do grupo de Osama bin Laden fora do Iraque, entretanto, é motivo de debate. Em novembro, um homem que se identificou como Bagdadi afirmou em uma gravação que a eleição de Barack Obama representava uma vitória da insurgência iraquiana. Mas sua autenticidade não foi comprovada.

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