BALTIMORE, EUA - Estatuas dedicadas a heróis confederados foram removidas da cidade de Baltimore, no Estado americano de Maryland, na madrugada desta quarta-feira, 16, dias depois do episódio de violência registrado na Virgínia que deixou uma pessoa morta.
Em uma operação iniciada pouco depois da meia noite desta quarta, funcionários da prefeitura e um grande contingente de policiais circularam por parques e praças públicas da cidade e removeram os os monumentos de seus pedestais.
Uma pequena quantidade de pessoas acompanhou a operação em "clima de celebração", escreveu Baynard Woods, editor do jornal The Baltimore City Paper que documentou as remoções em sua conta no Twitter. "A polícia está bem disposta e encorajou as pessoas a tirarem fotos e selfies", disse Woods.
As estátuas foram removidas por ordem da prefeita Catherine Pugh após o Câmara do município votar na segunda-feira a favor da medida. O tema já era estudado pelo Legislativo local desde 2015, quando um supremacista branco matou nove pessoas em uma histórica igreja em Charleston, na Carolina do Sul, e reacendeu o debate sobre a remoção de monumentos e da bandeira confederada de espaços públicos.
"Está feito. Era necessário retirá-las", disse Catherine ao jornal local Baltimore Sun. "Me preocupo com a segurança da nossa população e realizamos a remoção o mais rápido que pudemos", completou a prefeita.
No começo da manhã, todas as quatro estátuas confederadas na cidade já tinham sido removidas pelas autoridades. Uma equipe da polícia de Baltimore escoltou os caminhões da prefeitura com as estátuas para um local nos arredores da cidade. A prefeita de Baltimore sugeriu na segunda-feira que os monumentos sejam realocados para cemitérios onde estão enterrados combatentes confederados em outras localidades do Estado.
Um legislador, no entanto, pediu que as estátuas fossem destruídas ao invés de serem levadas para outros locais. "Essas pessoas eram terroristas. Eram traidores. Pra que vamos continuar os homenageando?", questionou Brandon M. Scott.
Violência
No sábado, centenas de simpatizantes neonazistas, membros da Ku Klux Klan e da extrema direita americana se manifestaram em Charlottesville, na Virgínia, para protestar contra a retirada de uma estátua do general Robert E. Lee - ele comandou as forças da Confederação - que defendiam a escravidão - durante a Guerra de Secessão (1861-1865).
A manifestação virou uma tragédia, quando um simpatizante neonazista atropelou manifestantes antirracismo, matando uma mulher de 32 anos e ferindo outras 20 pessoas.
Em Montreal, uma placa em homenagem ao ex-presidente confederado Jefferson Davis também foi retirada nesta quarta-feira da parte externa da Hudson's Bay, uma icônica loja de departamentos canadense, informou a porta-voz do estabelecimento, Tiffany Bourre. / NYT e AFP