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Ban espera que acordo nuclear com Irã 'abra caminho' para solução pacífica

Secretário-geral da ONU classifica pacto fechado com Brasil e Turquia de 'importante iniciativa'

Atualização:

ISTAMBUL - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse nesta sexta-feira, 21, esperar que o acordo fechado entre Irã, Turquia e Brasil para que a República Islâmica troque seu urânio por material nuclear pronto para usos pacíficos abra caminho para uma negociação que solucione a crise do país persa com o Ocidente.

 

 

Em discurso na cidade turca de Istambul, Ban disse que o pacto era uma "importante iniciativa para começar a resolver as tensões internacionais sobre o programa nuclear iraniano" pelos meios diplomáticos e pacíficos. "Esperamos que essa e outras iniciativas abram caminho para um estabelecimento negociado", disse o chefe da ONU.

 

No entanto,o secretário-geral da ONU destacou a necessidade de que, antes de mais nada, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) avalie o acordo nuclear com o Irã do ponto de vista técnico e "profissional".

 

Fechado na segunda-feira, o acordo inclui o compromisso do Irã de enviar ao exterior, especificamente à Turquia, uma quantidade de 1,2 mil quilos de urânio pouco enriquecido para receber no prazo de um ano 120 quilos do combustível enriquecido a 20%, nível suficiente para o reator médico pretendido pelo país.

 

Segundo o ministro de Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, esse tratamento cumpre, em linhas gerais, a proposta formulada no ano passado pela AIEA. No entanto, o organismo ainda não se pronunciou sobre o novo pacto.

 

As declarações de Ban ocorrem enquanto o Conselho de Segurança da ONU analisa a proposta dos Estados Unidos de aplicar uma quarta rodada de sanções internacionais ao Irã por causa de seu polêmico programa atômico, suspeito pelas potências ocidentais de ter fins bélicos, o que é negado pelo regime de Teerã. O projeto de novas sanções conta com o apoio dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, França, China e Reino Unido, países com direito a veto de resoluções.

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Brasil e Turquia, dois dos dez membros não permanentes do Conselho, se opõem às novas sanções e defendem negociações diplomáticas para o fim do conflito. Ambos os países consideram o acordo obtido com o Irã um "triunfo da diplomacia" que abriria novas vias para negociar uma solução pacífica ao contencioso, mas os EUA e outras potências ocidentais acham que a República Islâmica tenta apenas, mais uma vez, ganhar tempo para poder continuar com suas aspirações nucleares.