Ban Ki-moon pede que israelenses e palestinos ajudem a diminuir a violência na região

Em visita a líderes de ambos grupos, secretário-geral da ONU diz que 'não é tarde demais para evitar uma crise maior'

PUBLICIDADE

Atualização:

JERUSALÉM - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que chegou nesta terça-feira, 20, a Jerusalém para tratar com israelenses e palestinos a atual onda de ataques e distúrbios, disse ao presidente israelense, Reuven Rivlin, que não se deve permitir aos extremistas de ambos os lados avivar ou apoiar a violência.

"Não é tarde demais para evitar uma crise maior", declarou o representante das Nações Unidas, que garantiu que pedirá a ambas partes que "tomem os passos necessários para evitar novos incidentes em ambos lados".

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que israelenses e palestinos evitem agravamento da crise Foto: EFE/Atef Safadi

PUBLICIDADE

Ban também disse que "a violência só traz violência. Não devemos permitir aos extremistas em nenhum dos lados, ou os que pensam que a violência é a solução, apoiar ainda mais o conflito".

Ban Ki-mon garantiu que, além da tensão atual, o problema está "na falta de vontade de restaurar um horizonte político", em referência à estagnação das negociações de paz, suspensas há quase ano e meio, e apontou que manter o status quo "só está piorando as coisas".

A violência "só mina as legítimas aspirações palestinas de um Estado e o desejo dos israelenses de segurança", declarou o chefe da ONU, segundo um comunicado divulgado por seu escritório. Ban apostou por "salvaguardar a solução de dois Estados" e "dirigir o povo outra vez ao caminho rumo à paz".

O líder da ONU garantiu que sua visita reflete "o alarme global pela perigosa escalada de violência" na região, onde morreram desde princípios deste mês 8 israelenses, 1 eritreu, 1 árabe-israelense e 45 palestinos - cerca da metade destes últimos, autores de ataques ou supostos agressores.

O secretário-geral da ONU disse que com sua viagem pretende ajudar a "diminuir a tensão e impedir que a situação saia de controle". Ban transmitiu seu pêsames aos parentes e amigos das vítimas das "hostilidades e ataques terroristas".

Publicidade

"Nenhuma sociedade deveria viver no medo. Nenhuma sociedade pode se permitir ver sua juventude sofrer na desesperança", afirmou Ban, que advertiu que "se não atuar em breve", o conflito poderia crescer e ter sérias repercussões em Israel, Palestina e na região.

O secretário-geral da ONU deve se reunir na tarde desta terça-feira em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e amanhã em Ramallah com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. / EFE e AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.