Ban recomenda que forças da ONU no Sudão fiquem mais 1 ano no país

Para secretário-geral, situação política no país é tensa; primeiras eleições multipartidárias em 21 anos correm risco de boicote

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Atualização:

Efe

 

GENEBRA-  O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recomendou nesta terça-feira, 6, ao Conselho de Segurança que amplie em um ano a estada da missão do organismo no Sudão (UNMIS), que supervisiona os acordos de paz no sul do país.

 

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Uma discussão sobre a estadia da UNMIS no país, que vence no final deste mês, está prevista para 26 de abril no CS da ONU.

 

Em um comunicado, Ban afirma que a prioridade da missão continua sendo a implementação do Acordo Amplo de Paz (CPA), que em 2005 pôs fim a 20 anos de guerra civil entre o norte e o sul do Sudão.

 

"A situação política sudanesa continua tensa, e a menos de 10 meses do referendo os atrasos nos assuntos pendentes podem ter sérias repercussões", afirma o secretário no documento.

 

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Por isso, Ban indica que a prioridade da UNMIS serão os preparativos do referendo de autonomia da região sul, que deverá ser realizado em janeiro de 2011.

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O funcionário destaca que o Sudão passa por um momento político delicado nas semanas prévias às eleições gerais, que serão celebradas em 11, 12 e 13 de abril, apesar da pressão da oposição sudanesa para que as votações sejam boicotadas devido a alegações de fraudes eleitorais.

 

"Estas eleições devem ter um papel positivo no fortalecimento das oportunidades do povo sudanês de desempenhar um papel mais ativo na vida política do país", ressalta o titular da ONU.

 

Os principais partidos da aliança oposicionista do Sudão decidiram boicotar as eleições presidenciais e legislativas e vários dos candidatos anunciaram sua retirada da corrida eleitoral que seria a primeira votação multipartidária no país em 24 anos.

 

A guerra entre o norte e o sul começou em 1983, quando o regime de Cartum, capital do país, impôs a lei islâmica em todo o país, e os rebeldes do sul, de maioria cristã e animista, foram à luta armada.

 

O conflito se encerrou em 9 de janeiro de 2005, data em que o governo sudanês e os rebeldes firmaram um acordo de paz que pôs fim a 21 anos de uma guerra que causou a morte de 2 milhões de pessoas.

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