Banco alemão investiga se garantias a empréstimos a Trump vieram da Rússia

Deutsche Bank é pressionado a promover uma auditoria externa independente sobre as contas do agora presidente americano; instituição é suspeita de ter servido como mecanismo para lavagem de mais de US$ 10 bilhões em dinheiro russo

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Por Andrei Netto , CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

PARIS - O banco alemão Deutsche Bank, o maior do país, está investigando a hipótese de que empréstimos recentes recebidos pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em contas na entidade, tenham contado com garantias financeiras da Rússia. A informação foi revelada pelo jornal britânico The Guardian e indica que as contas estariam nos nomes da filha do presidente, Ivanka Trump, seu marido, Jared Kushner, conselheiro da presidência, e a mãe de Jared. A revelação reforça as suspeitas de relações entre a campanha do republicano à Casa Branca e a suposta influência de Vladimir Putin sobre o então candidato. 

Presidente americano concede entrevista coletiva na Casa Branca e responde sobre questões de política externa Foto: REUTERS/Carlos Barria

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Trump foi beneficiário de uma série de empréstimos de centenas de milhões de dólares concedidos pelo Deutsche Bank. A instituição, que enfrenta uma crise de credibilidade na Europa em razão do excesso de créditos podres em seu poder, também é alvo de uma investigação por parte do Departamento de Justiça em Washington, que tem suspeitas de que o banco vinha sendo usado como instrumento de facilitação de lavagem internacional de dinheiro. Segundo as autoridades regulatórias americanas e britânicas, a suspeita é de que pelo menos US$ 10 bilhões em dinheiro russo tenha transitado pelos mecanismos de lavagem do Deutsche Bank.

Uma primeira inspeção interna realizada pela própria instituição não encontrou vestígios de vínculos entre os empréstimos e pessoas físicas ou jurídicas que tenham servido como fiadores e que sejam oriundas da Rússia. Mas, ainda segundo o Guardian, o banco está sobre pressão para permitir que uma auditoria independente externa seja realizada nas transações financeiras relacionadas ao agora presidente dos EUA. 

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