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Banco Mundial critica folha de pagamento de palestinos

Relatório aponta que PIB teve uma queda de 8% em 2006, após o Hamas tomar o poder. Presidente palestino tenta recuperar ajuda financeira internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Em um relatório vazado à imprensa nesta quarta-feira, 7, o Banco Mundial apontou problemas nas finanças da Autoridade Palestina (AP) que estariam ameaçando a existência do órgão. Segundo o documento, o agravamento da crise que atinge os territórios palestinos tem como principal origem a expansão da folha de pagamento da AP, o que vem acontecendo apesar das reduções nas receitas da entidade. "Mesmo em meio a uma acentuada crise financeira, no primeiro semestre de 2006 a Autoridade Palestina contratou 1,3 mil funcionários para os serviços públicos e 6,8 mil para as forças de segurança", diz o texto, obtido pela Associated Press. O problema, entretanto, não é de agora. O banco cita um histórico de "políticas de gasto irresponsáveis" como um dos principais motivos que ameaçam a existência da AP. Segundo o relatório, as despesas da entidade se expandiu em cerca de 9% ao ano desde 1999. No texto, o banco supranacional afirma também que a economia palestina recuou em 2006 para um patamar mais baixo se comparado com o ano anterior. De acordo com o relatório, a renda per capita nos territórios palestinos apresentou uma redução de 8% no período. A queda, entretanto, coincide com a interrupção de ajuda internacional ao governo palestino depois que o Hamas chegou o poder, há um ano. Desde então, o moderado presidente palestino, Mahmoud Abbas, tenta recuperar este auxílio para manutenção de seu governo. Embora o boicote internacional tenha acontecido, a ajuda aumentou levemente de US$ 1 bilhão em 2005 para US$ 1,2 bilhão em 2006. No entanto, a maior parte desta quantia é destinada diretamente a uma associação de assistência humanitária aos palestinos. Muitos programas de desenvolvimento para a região foram congelados. Cerca de 25% dos palestinos estão desempregados, aponta o relatório. Em Gaza, este número era de 29% em 2005 e subiu para 36% em 2006. Em um acordo fechado há algumas semanas em Meca, na Arábia Saudita, os grupos rivais palestinos Hamas e Fatah concordaram em organizar um governo de coalizão baseado na divisão de poderes. O objetivo é diminuir as restrições ao gabinete palestino e levantas sanções internacionais impostas contra a AP. No entanto, a comunidade internacional só voltará a ajudar o governo palestino caso este aceite legitimamente o Estado de Israel e alcance um acordo de paz. Texto atualizado às 19h30

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