17 de agosto de 2012 | 08h27
Texto atualizado às 11h04
MOSCOU - As três integrantes da banda punk Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão nesta sexta-feira, 17, pela Justiça russa. Algemadas, Nadezhda Tolokonnikova, de 22 anos, Yekaterina Samutsevich, de 29, e Maria Alekhina, de 24, se levantaram para ouvir a sentença, que descreveu a perfomance do grupo no altar da Catedral do Cristo Salvador como vandalismo e distúrbio da ordem pública.
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Durante a leitura do veredicto pela juíza, em um discurso que falou em respeito, religiosidade e manifestações, as três mulheres expressavam tranquilidade, esboçando sorrisos de ironia.
A promotoria havia pedido três anos de prisão para as roqueiras. O advogado das acusadas disse que irá recorrer da sentença.
Veja vídeo de manifestação:
Em fevereiro, elas fizeram uma performance no altar da Catedral do Cristo Salvador, a principal de Moscou, entoando uma "oração punk" que protestava contra Putin. Elas foram presas dias depois. "Não estão julgando três cantoras, mas sim o sistema estatal da Federação Russa", disse Tolokonnikova, uma das três acusadas de vandalismo motivado por ódio religioso depois da apresentação na principal catedral ortodoxa da capital da Rússia.
O presidente Vladimir Putin já deu sinais de que não aceitará as críticas da dissidência. Ele está ciente do risco de parecer intolerante. Antes da decisão, ele disse aos jornalistas que elas não deveriam ser julgadas tão severamente e, por mais que tenha insistido que cabe ao tribunal determinar o veredicto, poucas pessoas acreditaram nisso.
Repressão
Nos primeiros 100 dias no cargo, Putin aprovou leis para reforçar o controle sobre a internet, criando uma lista de sites proibidos, permitiu a aplicação de altas multas para manifestantes opositores e definiu que as ONGs que receberem financiamento do exterior serão consideradas "agentes estrangeiros".
Com agências de notícias
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