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Bangladesh: governo aciona Exército para manter a ordem

País vive onda de violência política que já custou cerca de 30 vidas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo interino de Bangladesh ordenou o posicionamento das forças armadas para "manter a lei e a ordem" visando às eleições de janeiro, após a onda de violência política que desde o fim de outubro custou cerca de 30 vidas no país. O Ministério do Interior bengali emitiu na noite de sábado um comunicado no qual informava esta decisão, assim como a proibição de todo tipo de reunião nas imediações da residência do presidente, Iajuddin Ahmed, que também dirige o Governo interino, informa neste domingo a agência indiana "PTI". Fontes do Governo citadas pela "PTI" indicaram que o posicionamento será efetivado de forma "imediata", com o objetivo, segundo o comunicado, de "manter a lei e a ordem para ajudar na administração civil antes das eleições", previstas para 23 de janeiro. Além disso, o Ministério do Interior bengali diz que os responsáveis do Executivo interino sentiram a "necessidade" de postar o Exército "para proteger a vida e as propriedades do povo, manter vivas as atividades econômicas, pôr fim às armas ilegais e controlar os terroristas". Bangladesh vive uma crise política desde o fim do mandato da ex-primeira-ministra Khaleda Zia, em 28 de outubro. A Constituição do país estabelece que, ao término de uma legislatura, se deve formar um Governo provisório neutro e uma comissão eleitoral, também imparcial, para garantir que as eleições gerais ocorram em condições de igualdade para todos os partidos. Quando acabou o mandato de Zia não houve acordo entre os partidos sobre quem devia liderar o Governo interino, e finalmente o próprio presidente, Ahmed, assumiu essa tarefa, o que a opositora Liga Awami, uma aliança de 14 partidos, acatou com desconfiança. A Liga Awami também denunciou que a comissão eleitoral não era neutra, mas favorável a Zia, e a isso seguiu uma onda de protestos, greves e violência entre os seguidores dos diferentes partidos, com o resultado de mais de 30 mortos desde o fim do mandato da última primeira-ministra.

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