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Bangladesh vigia as líderes dos principais partidos

O país vive desde janeiro numa ampla operação do Governo contra a corrupção

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo provisório de Bangladesh submeteu a vigilância as duas principais líderes políticas do país, Khaleda Zia e Sheikh Hazina, dois dias depois de proibir todas as atividades políticas, informou o jornal "Bangladesh Today". O país vive em estado de exceção desde janeiro, imerso numa ampla operação do Governo contra a corrupção. Na quarta-feira foi detido o filho da ex-primeira-ministra Khaleda Zia, Tariq Rahman, acusado de extorsão. "Sou vítima de conspirações nacionais e internacionais", disse Rahman aos jornalistas a caminho do tribunal, segundo a agência indiana "Ians". Agora, reina a confusão em torno da situação de Zia, do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), e de Hasina, da Liga Awami. "Estamos observando as duas", disse uma fonte dos serviços de espionagem, citada pelo "Bangladesh Today". Os dois partidos negaram que suas líderes estejam submetidas a prisão domiciliar, como especulou parte da imprensa. Uma fonte do Ministério do Interior citada pelo "Daily Star" disse que elas receberam advertências oficiais para que permaneçam em suas casas "por razões de segurança". Numa visita a um hospital, Hasina disse não ter recebido nenhuma "ordem verbal ou escrita". Durante a campanha contra a corrupção, o Governo provisório deteve cerca de 45 mil pessoas, a maioria do Partido Nacionalista de Bangladesh, que liderou o último Governo eleito. O Governo provisório publicou na quarta-feira uma proibição de qualquer tipo de atividade política, suspendendo os direitos de reunião e manifestação em todo o país. O estado de exceção foi imposto em 11 de janeiro pelo então presidente, Iajuddin Ahmed, que renunciou no mesmo dia. Ele também suspendeu as eleições previstas para o dia 22 de janeiro. A medida foi tomada em conseqüência de uma onda de violentos protestos contra supostas irregularidades na organização das eleições gerais, que foram adiadas. O Governo de transição passou para as mãos do ex-presidente do Banco Central de Bangladesh Fakhruddin Ahmed, que se comprometeu a combater a corrupção e o crime antes das eleições. O mandato do Governo anterior terminou em outubro. Como estabelece a Constituição bengali, um Governo provisório assumiu com a tarefa de organizar as eleições em condições de igualdade para todos os partidos.

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