O correspondente da BBC no Cairo, Jon Leyne, foi à Praça Tahrir, o centro dos protestos contra o governo no Egito, e encontrou o local transformado em uma pequena cidade. Logo na entrada, tanques do Exército fecham a praça. Passando por eles, há o posto de checagem organizado pelos próprios manifestantes. Eles revistam quem chega ao local para evitar a entrada de armas ou de ativistas partidários do governo do presidente Hosni Mubarak. Os ativistas também estabeleceram uma espécie de comitê de boas-vindas, com música para receber mais manifestantes. Leyne afirma que a praça virou um vilarejo, com pessoas vendendo pão, queijo e cigarros. E também há pessoas morando na praça, em uma área com barracas. Alguns manifestantes estão morando nas barracas desde o começo dos protestos, apesar da chuva e do frio durante a noite. E, segundo Leyne, são estes os mais decididos, que querem ficar na praça até o presidente Hosni Mubarak deixar o cargo. Os ativistas também fizeram um memorial para as pessoas que morreram nos protestos, do outro lado da praça. E o correspondente conta que precisou de muito tempo para passar pela multidão e chegar ao local. Perto do memorial, há cartazes com caricaturas de Mubarak e mais tanques fecham a outra entrada da praça e também os locais onde os discursos ocorrem o dia inteiro. Mas, para Leyne, o que realmente chama atenção é o número cada vez maior de pessoas que chegam a toda hora na Praça Tahrir. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.