Bayrou acusa pesquisas de boicotarem sua candidatura

Terceiro em pesquisas à Presidencia da França se diz convencido de vitória

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Por Agencia Estado
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O terceiro colcocado nas pesquisas para as eleições presidenciais da França, o centrista François Bayrou, acusou nesta terça-feira, 3, os institutos de pesquisa franceses de boicotarem sua candidatura subestimando deliberadamente suas intenções de voto. Bayrou, que tenta reerguer sua campanha, se disse convencido de que pode ganhar as eleições. Ao apresentar seu programa de governo, Bayrou disse que a França está enfrentando sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e precisa acabar com a alternância entre governos de esquerda e direita. Seus apelos por uma grande coalizão o ajudaram a subir nas pesquisas no início do ano, e por um período ele ocupou o segundo lugar junto com a candidata socialista Ségolène Royal, pouco atrás do líder, o conservador Nicolas Sarkozy. Mas nas últimas semanas a ascensão perdeu força, e uma pesquisa publicada pela LH2 na segunda-feira deu a ele 18% das intenções de voto, contra 26% para Royal e 29% para Sarkozy. O quarto lugar ficou com Jean Marie Le Pen, com 13%. O primeiro turno das eleições será disputado no dia 22 de abril. Os institutos de pesquisa da França sempre dizem que têm de ajustar seus dados para incluir os votos dos eleitores que relutam em admitir que votam em Le Pen, que no pleito de 2002 ficou com um surpreendente segundo lugar. Bayrou disse a repórteres que os institutos tendem a tirar mais votos dele para compensar o fator Le Pen. "Não entendo por que todos os eleitores que dizem querer me ver eleito são menos merecedores de respeito que os que votam nos outros", disse ele. "Em todas as eleições presidenciais, os candidatos líderes sofrem uma erosão (no apoio) nas últimas três semanas", afirmou. Bayrou, ex-professor de latim, conquistou 7% dos votos na eleição presidencial de 2002. Debate on-line O centrista concentrou sua campanha nos problemas econômicos da França, que está altamente endividada e possui o pior desemprego da zona do euro. Ele disse que nas últimas semanas da campanha vai se dedicar à necessidade de aumentar a mobilidade social, e repetiu a promessa de abolir a Escola Nacional de Administração (ENA), que tradicionalmente produz a elite governante da França. Na tentativa de driblar as rígidas regras da propaganda eleitoral, ele pediu aos seus três maiores adversários a realização de um debate na internet. A lei francesa determina tempos iguais na mídia para todos os 12 presidenciáveis. "Os franceses querem um debate", disse Bayrou, fazendo um apelo à legião de bloggers da França para que organizem o debate online. Le Pen também está louco por um debate, e Royal já indicou estar disposta a enfrentar seus rivais, mas Sarkozy deixou claro que só quer um duelo entre os eleitos para o segundo turno, a ser disputado no dia 6 de maio.

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