PORTLAND, EUA - Um bebê iraniano que precisa passar por uma cirurgia no coração para salvar sua vida chegou na terça-feira a um hospital de Portland com sua família depois de ser temporariamente banido de entrar nos EUA, em razão das medidas anti-imigração estabelecidas pelo presidente americano, Donald Trump.
Os médicos no Irã disseram aos pais de Fatemeh Reshad há algumas semanas que ela precisava de uma cirurgia urgente para corrigir sérias imperfeições no coração ou iria morrer, segundo o tio dela, Samad Taghizadeh, um cidadão americano que mora em Portland.
A família já havia agendado uma entrevista em Dubai para conseguir um visto de turista. Mas ela foi abruptamente cancelado depois que Trump anunciou as ordens para barrar a entrada de pessoas de sete países de maioria muçulmana (Irã, Síria, Líbia, Iraque, Iêmen, Somália e Sudão). Com isso, a menina e os pais dela tiveram de voltar ao Irã.
Entretanto, um juiz de Seattle emitiu uma ordem de restrição temporária sobre o veto e os iranianos puderam seguir para o território americano.
“Fatemeh parece bem”, disse Laurie Armsby, diretor interino da Divisão de Cardiologia Pediátrica no Hospital Infantil OHSU Doernbecher. “Os testes realizados esta manhã confirmaram o diagnóstico dela e a necessidade urgente de tratamento.”
O senador americano Jeff Merkley, democrata de Oregon, foi fundamental para conseguir a autorização para a família do bebê, assim como o governador de Nova York, Andrew Cuomo, e alguns advogados especializados em imigração.
O hospital emitiu um comunicado informando que a família “gostaria de agradecer do fundo do coração a todos que contribuíram para tornar a viagem deles possível. A família também gostaria de fazer um agradecimento especial às delegações de congressistas e governadores de Oregon e Nova York”.
A família de Fatemeh, que tem apenas quatro meses, escolheu Portland pela proximidade de alguns parentes e da conhecida especialidade do hospital em tratar pessoas com problemas no coração.
Armsby explicou que a condição do coração da menina havia “resultado em um dano aos pulmões dela”, mas ainda há tempo “para reverter esse processo”. / ASSOCIATED PRESS