Beira-Mar foi preso em ação para capturar líder rebelde

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Por Eugênia Lopes e AP E EFE
Atualização:

Bogotá - O general colombiano Fredy Padilla afirmou ontem que o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Tomás Medina Caracas - mais conhecido como Negro Acácio - havia se transformado em um símbolo para os militares do país por causa das várias vezes em que conseguiu escapar de ser preso. "Em torno dele criou-se o mito de que ele jamais seria alcançado por uma operação do Exército." Segundo o general, uma das operações militares da qual Negro Acácio conseguiu escapar foi a "Gato Preto" - ação que resultou na captura do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, em 19 de abril de 2001, em território colombiano. Na época, o guerrilheiro era procurado pelo Exército havia mais de dois anos. Na operação que prendeu Beira-Mar, as tropas colombianas encontraram documentos que provavam os negócios das Farc com o traficante brasileiro. O Exército da Colômbia também acusou Beira-Mar de transportar armas para o país pelo Suriname, em troca de US$ 1 milhão em cocaína. Negro Acácio costumava reunir-se com Beira-Mar nas florestas do Departamento de Vichada, perto da fronteira com Brasil e Venezuela. Nas reuniões, o guerrilheiro e o traficante conduziam grandes negócios de cocaína em troca de fuzis e munição. "Negro Acácio tinha uma associação com Beira-Mar para tráfico de armas e drogas no Brasil. Em troca, Negro Acácio dava cobertura para criminosos brasileiros", afirmou ao Estado o ex-deputado Moroni Torgan (DEM-CE), presidente da extinta CPI do Tráfico de Armas - concluída em 2006. Depois de preso, Beira-Mar confessou que pagava cerca de US$ 10 milhões por mês às Farc pela cocaína produzida em áreas controladas pelo grupo. As Farc negaram as declarações.

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