Belgas aceitam restrição do uso da lei contra crimes de guerra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os partidos da coalizão de governo belga aceitaram hoje as mudanças numa lei contra crimes de guerra para evitar queixas de líderes estrangeiros - assunto que gerou uma ameaça americana de retirar de Bruxelas a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). As mudanças propostas, que ainda precisam da aprovação do Parlamento, limitariam a lei a casos ligados à Bélgica, disse o primeiro-ministro Guy Verhofstadt. Em seu formato atual, a lei permite às cortes belgas que julguem crimes de guerra independentemente de onde tenham ocorrido e das nacionalidades envolvidas. Políticos belgas apressaram-se para alterar a lei de 1993 depois de o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald H. Rumsfeld, ter ameaçado em 12 de junho retirar a sede da Otan da Bélgica devido às queixas sobre crimes de guerra apresentadas contra autoridades americanas. O governo belga rejeita as acusações de que estaria cedendo à pressão dos EUA e insistiu que as mudanças são uma resposta a uma "recente onda de queixas politicamente motivadas". Entre as autoridades americanas processadas por crimes de guerra na Bélgica estão o presidente George W. Bush, o secretário de Estado Colin Powell, Rumsfeld e o general Tommy Franks, que comandou a ação militar contra o Iraque. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, também foi alvo de um processo por supostos crimes de guerra cometidos durante a invasão que culminou na queda do regime de Saddam Hussein.

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