Bélgica fecha bares e Itália exige o uso de máscara; Europa ultrapassa 6 milhões de casos

Novas ondas de contágios do coronavírus estão surgindo em países europeus nos quais se acreditava que a doença estava praticamente controlada

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Por Redação
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BRUXELAS - Bruxelas, capital da Bélgica e coração da Europa, determinou nesta quarta-feira, 7, o fechamento de todos os bares e cafés pelo período de um mês, em um esforço para tentar conter a pandemia de coronavírus. Os locais onde as refeições são servidas à mesa podem permanecer abertos, mas os espaços públicos destinados ao consumo de bebidas alcoólicas ficarão fechados até 8 de novembro nas 19 comunas da cidade. 

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No entanto, o chefe do Executivo da região de Bruxelas, Rudi Bervoort, e os responsáveis pelas 19 comunas consideraram hoje que as restrições anunciadas pelo governo serão insuficientes para conter o rápido aumento de infecções.

A Bélgica vem experimentando um forte aumento no número de casos de coronavírus. Na última semana, o país teve uma média de 2,5 mil novas infecções por dia, um aumento de 57% em relação à semana anterior. Desde o início da pandemia, as autoridades belgas de saúde registraram cerca de 135 mil casos, com pouco mais de 10 mil mortes.

Turistas e moradores de Turim, norte da Itália, usam máscaras sob a ameaça de multa de até mil euros Foto: Tino Romano/EFE

As medidas adotadas em Bruxelas são semelhantes às que foram anunciadas na terça-feira em Paris. Dos 101 departamentos da França, 67 se encontram em situação de vulnerabilidade elevada em razão da grande circulação do coronavírus.

O número de novos casos em um dia disparou hoje na França para 18.746, com relação aos 10.489 da véspera, de acordo com a Agência de Saúde Pública. Os novos casos elevam para 653 mil os contágios desde o início da pandemia. Os mortos somam 32 mil. 

Na Itália, o Conselho de Ministros aprovou hoje um decreto que obriga todos os cidadãos a usarem máscaras sempre, também ao ar livre – algo que já foi aplicado em algumas regiões do país – e estendeu o estado de emergência até 31 de janeiro.

O premiê italiano, Giuseppe Conte, explicou em entrevista coletiva que a decisão se deve ao recente aumento no número de infecções pelo coronavírus, que nos últimos dias tem sido de 2,6 mil em média e hoje atingiu quase 3,7 mil, os piores dados desde meados de abril, auge da primeira onda da pandemia. A Itália tem hoje mais de 333 mil casos e 36 mil mortos.

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O decreto, que entrará amanhã em vigor, estende a regulamentação atual para a prevenção de contágios, que vigoraria até o dia 15, e inclui a novidade com relação às máscaras.

O Ministério da Saúde italiano explicou que será obrigatório usar a máscara “em todos os lugares ao ar livre, exceto nos casos em que, em razão das características do espaço ou das circunstâncias, seja garantida a condição de isolamento de pessoas que não moram juntas”. A medida já era praticada em regiões como Lazio, Campânia, Basilicata e Calábria, e agora se estende a todo o país, com multas até € 1 mil. Somente em casa a pessoa poderá ficar sem máscara.

Também pressionado pelo aumento de casos, o governo da Espanha determinou hoje que cerca de 5,7 milhões de espanhóis não podem deixar seus municípios, a não ser por um motivo justificado – dos quais mais de 80% vivem na região de Madri, especialmente castigada pela segunda onda da epidemia no país. 

O governo espanhol considerou a situação “muito instável e preocupante” em um dia em que foram notificados 10,4 mil novos casos de contágio (46% em Madri). O total de casos na Espanha chega a 835 mil e o de mortos é de 32 mil. 

Europa ultrapassa marca de 6 milhões de casos 

A Europa atingiu hoje a marca de 6 milhões de casos de covid-19, em uma pandemia que pode levar 115 milhões de pessoas à pobreza extrema, segundo o Banco Mundial. Novas ondas de contágios do coronavírus estão surgindo em países nos quais se acreditava que a doença estava praticamente controlada.

Nos últimos sete dias, o continente registrou 26% de casos a mais do que na semana passada. Agora, vários governos estão restabelecendo restrições para conter a disseminação ou mesmo adotando medidas até mais rigorosas do que as anteriores.

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Hoje, o Banco Mundial estimou que a pobreza extrema – definida como aqueles que vivem com menos de US$ 1,9 ao dia (R$ 10,60) – pode aumentar para uma faixa entre 88 milhões e 115 milhões de pessoas no mundo se for confirmado o prognóstico mais negativo. Já os mais ricos estão aumentando suas fortunas em razão do bom comportamento dos mercados financeiros, que beneficiaram os gigantes da tecnologia e da saúde./ AFP e EFE

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