BRUXELAS - Ao final de uma longa crise que durou mais de um ano, a Bélgica finalmente formou uma nova coalizão de governo nesta quarta-feira, 30. Composta por sete partidos, a coalizão será liderada pelo liberal Alexander De Croo, que assume como primeiro-ministro.
O anúncio do novo primeiro-ministro encerra um governo de minoria e uma crise que dominou a política local, apesar das eleições legislativas realizadas há 16 meses e que não definiram o panorama.
O socialista Paul Magnette, que estava na disputa pelo cargo de primeiro-ministro, admitiu nesta quarta-feira que os cinco partidos aliados escolheram De Croo, o atual ministro das Finanças, para conduzir o governo.
De Croo, um ex-empresário de 44 anos, deverá prestar juramento em seu cargo na quinta-feira, diante do rei.
Ao escolher um político flamengo como primeiro-ministro, a aliança de governo espera equilibrar o cenário, já que sua base parlamentar é formada fundamentalmente por partidos francófonos, com os nacionalistas flamencos na oposição.
"Jogamos a moeda para cima e o vencedor foi Alexander, é uma opção excelente", brincou Magnette durante uma coletiva de imprensa dedicada ao anúncio sobre o novo governo.
A Bélgica era administrada por um governo de minoria há 21 meses, desde o colapso do governo de Charles Michel, e as eleições organizadas há 16 meses apenas agravaram a polarização do eleitorado.
As eleições registraram o avanço de vários grupos verdes, em um resultado que fragmentou ainda mais o quebra-cabeça político e tornou virtualmente impossível formar uma maioria com os partidos tradicionais.
Depois de vários dias de intensas negociações, líderes de sete partidos conversaram até o início da madrugada desta quarta-feira e chegaram a um acordo sobre os membros de um gabinete e um programa a ser apresentado ao rei Philippe.
A aliança é formada por seis partidos socialistas, liberais e ambientalistas das regiões de língua francesa e flamenga, aos quais se juntam os democratas-cristãos flamengos do CD&V.
De Croo substituirá a líder liberal francófona Sophie Wilmès, que atuou como líder interina à frente de um frágil governo de minoria durante a pandemia de coronavírus e não conseguiu formar uma maioria parlamentar.
O partido de De Croo, Liberais e Democratas Flamengos (Open VLD, em holandês), atua como uma espécie de equilíbrio fiel na formação de alianças de governo e, por esse motivo, o novo primeiro-ministro ocupa altos cargos de gabinete desde 2012./ AFP