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Benny tem chance contra Bibi?

Ex-chefe do Estado-Maior do próprio Bibi, se vende como garantia de segurança num momento em que Israel volta a sofrer ataques de Gaza, mas pesquisas são inconclusivas; premiê já derrotou adversário que eram mais favoritos

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

Bibi Netanyahu completa hoje dez anos no cargo, o mais longo período contínuo de um premiê israelense no poder. Se for reeleito no próximo dia 9 e ficar mais 108 dias, superará o recorde do fundador de Israel, David Ben-Gurion: 4.874 dias. Pela primeira vez em dez anos, enfrenta nas urnas um adversário capaz de derrotá-lo: o ex-general Benny Gantz, líder da coalizão de centro-direita Azul e Branco. Qual o risco de perder para o xará (apesar de apelidos distintos, ambos se chamam Binyamin)?

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Benny, ex-chefe do Estado-Maior do próprio Bibi, se vende como garantia de segurança num momento em que Israel volta a sofrer ataques de Gaza. Sua campanha retrata Bibi como elitista criado no exterior, americanizado, valorizado pelo inglês sem sotaque e por falar bem às câmeras - enquanto Benny é um “sabra” legítimo, desajeitado, de histórico impecável no Exército e inglês carregado.

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A campanha de Bibi tenta desmontar tal estratégia. Pinta Benny como desequilibrado e delirante. Espalhou que o celular dele foi invadido por iranianos e viriam à tona mensagens comprometedoras (até agora, nada). Benny levou na esportiva. As pesquisas são inconclusivas. Bibi já derrotou adversários que tinham mais favoritismo e tem mais experiência na negociação de coalizões.

- Clones de Bibi e o perfume rotulado ‘fascismo’

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A campanha eleitoral israelense é uma aula de marketing político. Num anúncio do Likud, Bibi chega a uma festa à fantasia vestido de Bibi mesmo, apenas para desmascarar os impostores que se fazem passar por ele. Está lá Benny, posando de Sr. Segurança no lugar do original. Outro vídeo provocativo traz a ministra da Justiça, Ayelet Shaked, num cenário que lembra propagandas de cosméticos. Ela ironiza quem a acusa de ser uma direitista radical ao borrifar sobre si mesma jatos de um perfume rotulado “fascismo”.

- Escândalo de submarinos é investigado na Alemanha

Dos quatro escândalos de corrupção que assombram a reeleição de Bibi, pelo menos em um ele parecia ter se livrado do indiciamento: a acusação de ter aceitado suborno num contrato de venda de submarinos da alemã Thyssen Krupp a Israel. Diante de novas revelações, porém, a procuradoria de Bochum, na Alemanha, abriu um procedimento preliminar para investigar o caso. Bibi é suspeito de conflito de interesses por ter vendido € 4 milhões em ações de uma fornecedora da Thyssen mais de um ano depois de ter assumido o governo, em 2009.

- Liberação da maconha mobiliza campanha

Pesquisas sugerem que o pequeno partido libertário de direita Zehut (Identidade) obterá até seis cadeiras no Parlamento israelense. O apelo de seu líder, o ex-likudnik Moshe Feiglin, é a campanha pela legalização da maconha, que tomou conta do país. Para não perder mais votos, o próprio Bibi insinuou que avalia a ideia. O programa do Zehut também fala em privatização da saúde, em anexar os territórios ocupados e até em reerguer o Terceiro Templo na Cidade Velha de Jerusalém.

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- Ativista democrata vira comentarista da Fox

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A ativista democrata e comentarista Donna Brazile foi demitida da CNN em 2016, quando o WikiLeaks revelou que ela repassara ao Comitê Nacional Democrata questões formuladas para os debates nas primárias. Brazile acaba de anunciar que aceitou ser comentarista da conservadora Fox News e se disse “estimulada a participar do debate honesto e apaixonado sobre nosso futuro”.

- Bettina, Brenda e a queda das criptomoedas

No Reino Unido, o nome dela era Brenda, não Bettina. Era uma senhora aposentada, não uma jovem de 22 anos. Seduzia passageiros do metrô com um anúncio proclamando a facilidade de comprar bitcoins em dez minutos para enriquecer. No último ano, o valor da criptomoeda despencou 80% e não dá sinal de reação. Uma análise de 81 corretoras, feita pela Bitwise Asset Management, verificou que 95% do volume das criptomoedas parece artificial. O Departamento de Justiça americano investiga manipulação de preços. O clima nas empresas desse mercado é de devastação.

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