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Bento XVI diz que admira a coragem dos jovens sírios

Por AE
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Em um discurso feito a uma multidão estimada em 20 mil jovens neste sábado (15), o papa Bento XVI disse em Beirute que admira os sírios pela coragem demonstrada pelo povo da Síria e que não esqueceu os que estão sofrendo no Oriente Médio. "Eu gostaria de dizer o quanto eu admiro a coragem de vocês", disse Bento XVI ao falar em francês, língua que é compreendida por muitos sírios e libaneses. "Digam a suas famílias e amigos que estão em casa que o papa não esqueceu vocês. Digam aos que estão ao redor de vocês que o papa está entristecido pelos sofrimentos e a aflição que vocês sentem", falou aos jovens sírios na multidão. Atualmente, cerca de 70 mil sírios estão refugiados no Líbano. Mais de 250 mil sírios fugiram do país desde que estourou a guerra civil em março do ano passado.Bento XVI pediu também pela liberdade religiosa no Oriente Médio, ao dizer que ela é central em uma região deflagrada por conflitos religiosos e sectários. "É a hora de cristãos e muçulmanos ficarem juntos e colocarem um fim à violência e à guerra", disse. "Não nos esqueçamos que a liberdade religiosa é um direito fundamental, da qual derivam vários outros direitos", ele disse, quando falou mais cedo a funcionários do governo libanês, diplomatas e religiosos no palácio presidencial de Babda, no sul de Beirute."Eu rezo pelos jovens da Síria. A coragem de vocês me moveu e eu rezo pelas suas famílias. Estou triste mas nunca esqueci o Oriente Médio que sofre. É hora dos cristãos e muçulmanos se unirem e colocarem um fim à violência", disse, em trecho de discurso reproduzido pelo jornal libanês An-Nahar. Bento XVI também saudou os jovens muçulmanos que compareceram ao local para escutar o discurso.Ele disse que cristãos e muçulmanos no Líbano dividem o mesmo espaço - às vezes a mesma família - e perguntou: "se é possível nas famílias, porque não em uma sociedade inteira?" Casamentos nos quais marido e mulher são de religiões diferentes não são raros no Líbano. A vista de bento XVI ao Líbano, onde 40% da população é cristã, ocorre num momento de fortes tensões sectárias na região, alimentadas pela guerra civil na Síria, que dura 18 meses, e recentemente pela divulgação do filme "A Inocência dos Muçulmanos", feito nos EUA e que aumentou a fúria de radicais islâmicos.Milhares de cristãos fugiram da Síria nas províncias onde ocorrem combates pesados entre as tropas do presidente Bashar Assad e os insurgentes, particularmente na província de Homs. Os rebeldes, quase todos muçulmanos sunitas, passaram a controlar os bairros cristãos de Hamidiyeh e Bustan Diwan em Homs, após os moradores terem fugido em fevereiro. Os cristãos formam cerca de 10% da população de 22 milhões da Síria. Um padre de Homs disse à Associated Press que quase todos os 80 mil moradores do bairro de Hamidiyeh fugiram de Homs. As informações são da Associated Press.

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