Premiê italiano discursa no Parlamento nesta quarta.
ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu nesta quarta-feira, 29, o fim das divisões e atritos na política italiana em seu discurso antes da receber o voto de confiança do Parlamento. A votação definirá sua permanência ou não no poder.
Em um discurso interrompido frequentemente por saudações de aliados e vaias de opositores, Berlusconi avisou que a situação enfrentada pela Itália requer o fim da animosidade que permeia o clima político do país. "É absolutamente do interesse do nosso país não arriscar um período de instabilidade em um momento em que a Crise ainda não acabou", disse o premiê.
A rara intervenção de Berlusconi no Parlamento se deve em parte aos atritos que teve com Gianfranco Fini, ex-aliado e cofundador de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL). O rompimento com Fini deixou o premiê sem uma maioria segura no parlamento, já que 40 deputados e senadores deixaram de apoiar Berlusconi após a tensão.
Como esperado, Berlusconi destacou em seu discurso um programa de prioridades criado por seu governo que abrange reformas no sistema judiciário e medidas para ampliar a autonomia fiscal até o combate ao crime organizado e a imigração ilegal, além do combate à pobreza no sul do país.
Os parlamentares devem decidir sobre o voto de confiança pedido por Berlusconi. Se o premiê mantiver a maioria - o que é esperado, já que os dissidentes de seu partido já anunciaram que não votarão contra o governo -, ele continua no poder. Se não conseguir, o Parlamento deve ser dissolvido e um novo líder será escolhido.
Berlusconi conta atualmente com 296 votos dos deputados de seu partido, o PDL, junto aos de seus aliados no Governo da Liga Norte, cinco do grupo Noi Sul, cinco do Movimento para a Autonomia da Sicília, três dos liberal-democratas e dois do Partido Republicano.
Como o premiê precisa de 316 votos para garantir a maioria, a participação dos parlamentares que seguiram Fini será decisiva. De acordo com a imprensa italiana, porém, há deputados que estão transitando entre grupos políticos e, caso estes decidam apoiar Berlusconi, a maioria pode ser conseguida mesmo sem o voto dos parlamentares dissidentes.