O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou nesta segunda-feira um forte apoio ao plano do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de construir um escudo antimíssil e criticou outros líderes europeus por não perceberem que ele é necessário. Numa entrevista coletiva conjunta, Berlusconi pediu a Moscou para aceitar o plano americano, dizendo que ele concordava inteiramente que as novas ameaças militares que enfrentam os Estados Unidos, Europa e mesmo a Rússia exigem novas respostas. "Sempre estaremos próximos dos Estados Unidos a fim de participar dessa discussão, indo bem além de atitudes de certos Estados europeus que ainda não entenderam, na minha opinião, como o mundo mudou e como deveríamos começar a nos preocupar em relação ao futuro", afirmou Berlusconi. Seus comentários, os mais fortes até hoje em apoio aos planos dos EUA, agradaram claramente a Bush, que tem encontrado resistência por parte de outros aliados europeus, da Rússia e da China à sua determinação de criar um escudo antimíssil. Os dois líderes conservadores promoveram entrevista coletiva depois de almoçarem privadamente no Palácio Algardi, em Roma. Bush e Berlusconi se entenderam sobre vários assuntos, incluindo mudanças climáticas. Num comunicado conjunto, eles sublinharam a necessidade de promover mais pesquisa para conter o aquecimento global. Não foi feita menção ao Protocolo de Kyoto, ao qual Bush renunciou. Por seu lado, Bush elogiou a liderança e estilo empreendedor de Berlusconi, destacando que ele "veio de um início humilde" até liderar um vasto império que emprega milhares de pessoas.