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Berlusconi pede voto à classe média e Prodi fala para jovens

Candidatos italianos tentam convencer os últimos eleitores indecisos

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu nesta quinta-feira o voto dos eleitores da classe média, enquanto o líder da oposição de centro-esquerda, Romano Prodi, se dirigiu aos jovens, no último dia da campanha eleitoral para as eleições de domingo e segunda-feira. Os dois líderes falaram aos 50 milhões de eleitores através da emissora de rádio RTL. Esta noite, os dois encerrarão suas campanhas eleitorais com comícios, Berlusconi em Nápoles e Prodi em Roma. O primeiro-ministro, que destacou que se a participação for baixa a esquerda pode ganhar, pediu o voto daqueles que "conseguiram algo na vida e podem se considerar burgueses, membros da classe média". Prodi, líder da coalizão de centro-esquerda "União", focalizou sua mensagem nos jovens, garantiu que fará mudanças no mercado de trabalho para acabar com a precariedade e pediu um esforço conjunto para impulsionar o país. Berlusconi, líder do Forza Itália e da coalizão de centro-direita "Casa das Liberdades", pediu aos italianos que votem porque, "se por acaso muitos eleitores ficarem em casa, pode até dar chance (...) a uma vitória da esquerda". Uma pesquisa encomendada pela Forza Itália no mês passado indica que, se a participação ultrapassar os 82% pode haver uma vitória da centro-direita. Mas as últimas enquetes, divulgadas antes do prazo legal de 25 de março, mostram uma vantagem de 3,5 a 5 pontos para a União. Berlusconi, com suas típicas frases de efeito, anunciou em outra entrevista pelo rádio que até o imposto sobre o lixo pode ser eliminado, pois "os resíduos podem se transformar em fonte para gerar energia". O atual primeiro-ministro italiano reiterou sua intenção de acabar com o imposto sobre os bens imóveis para a primeira casa própria, apesar de a medida depender das Prefeituras. Berlusconi defendeu que deve seguir adiante para "concluir o grande trabalho" que iniciou "para construir um Estado mais moderno e mais eficiente, que custe menos aos cidadãos e que forneça serviços melhores". Os jovens foram o centro do discurso de Prodi, que lamentou que não se tenha falado mais deles e de seus problemas durante a campanha, inclusive o de encontrar um emprego. "Falta um esforço muito grande a favor do mercado de trabalho", por isso, prometeu fazer mudanças na reforma liderada pelo atual governo. Prodi afirmou que conservará "os aspectos de flexibilidade", mas diminuirá a precariedade que "impediu e impede uma geração de fazer planos para o futuro". A União quer ajudar "antes de tudo, aqueles que estão em condições mais difíceis", as famílias, os casais jovens, disse Prodi. O candidato reafirmou sua proposta de criar um auxílio para crianças desde o nascimento até a maioridade. Prodi defendeu que é necessário "apostar juntos na Itália", para que o país recupere seu papel na economia e na política mundial Outro ponto forte de seu discurso foi que a Itália tem que voltar a ser um país "que diz coisas sérias e que as sustenta", e a trabalhar com a União Européia, com as Nações Unidas, e dar "a mão aos Estados Unidos, mas como se dá a mão a um amigo".

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