29 de março de 2011 | 00h00
Berlusconi é acusado de inflar os preços pagos para a transmissão de filmes e de ter usado o dinheiro em um caixa dois que financiava atividades políticas. A Justiça decidirá, em maio, se o premiê será indiciado ou não. Se for, será o seu quarto processo em que ele está envolvido que vai a julgamento.
Ele já é acusado de ter oferecido US$ 600 mil ao advogado britânico David Mills em troca de testemunhos falsos e da destruição de documentos relativos a outros dois processos. No dia 6, Berlusconi será levado ao banco dos réus por exploração sexual de menor e abuso de poder.
O premiê é acusado de ter pagado por sexo com a marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como Ruby, quando ela tinha 17 anos. O premiê ainda telefonou para o centro de detenção onde ela estava presa para tentar libertá-la, alegando que se tratava de uma sobrinha do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak.
A última vez que ele compareceu à Justiça foi em 2003, em um caso de suborno que já prescreveu. Ontem, após duas horas de depoimento, Berlusconi deixou o tribunal sem falar com a imprensa. Mais tarde, a um de seus canais de TV, disse que as acusações são ridículas.
"Os promotores já mostraram que querem me perseguir", disse. "Sou o homem mais acusado no universo e na história." Embora Berlusconi seja réu ou suspeito em quatro julgamentos, ele raramente comparece às audiências. Seus advogados, porém, dizem que ele comparecerá a todas as sessões que conseguir para provar sua inocência.
PARA LEMBRAR
Em janeiro, a Corte Constitucional italiana declarou que parte do "escudo legal" criado por Silvio Berlusconi para garantir a sua imunidade jurídica é inconstitucional. O tribunal julgou improcedente o artigo que garantia a Berlusconi o direito de não comparecer a audiências enquanto exercer a função de chefe de governo.
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