08 de julho de 2016 | 07h00
LOS ANGELES - A cantora americana Beyoncé publicou nesta quinta-feira uma forte crítica às recentes mortes de cidadãos negros por policiais dos Estados Unidos e ressaltou que a comunidade não precisa de compaixão, mas respeito por suas vidas.
A artista citava casos como o de Alton Sterling, um homem negro de 37 anos morto na terça-feira à noite em Baton Rouge, na Louisiana, por dois policiais brancos, e do jovem Philando Castile, que morreu na quarta-feira à noite em Falcon Heights, em Minnesota, em outro incidente com agentes que o prenderam por uma infração de trânsito.
"Estamos enojados e cansados dos assassinatos de homens e mulheres jovens em nossa comunidade. Depende de nós dar um passo adiante e exigir que deixem de nos matar", escreveu a cantora em uma nota divulgada em seu site oficial.
"Não precisamos de compaixão. Precisamos que todos respeitem nossas vidas. Vamos dar um passo adiante como comunidade e lutar contra todos os que acham que o assassinato ou qualquer outra ação violenta contra aqueles que juraram nos proteger devem ficar constantemente impunes", completou Beyoncé.
A cantora, geralmente reticente em falar com a imprensa, tem se mostrado especialmente ativa em erguer sua voz contra a brutalidade policial como com o clipe que gravou sobre o tema, "Formation", publicado em fevereiro, que atraiu críticas de alguns políticos conservadores americanos.
"Essas vidas roubadas nos fazem sentir sem esperança e desesperados. Mas temos de crer que estamos lutando pelos direitos da próxima geração, para os homens e mulheres jovens que acreditam no bem", disse a cantora, ao ressaltar que esta é "uma luta humana".
"Não importa a raça, o gênero ou a orientação sexual. Esta é uma luta para qualquer um que se sente marginalizado e não tem direito à liberdade e aos direitos humanos", afirmou na nota.
Na mensagem, a cantora quis deixar claro que o texto não era uma crítica a todos os policiais, mas contra "aqueles seres humanos que não sabem avaliar a vida".
"A guerra contra as pessoas de cor e contra todas as minorias deve acabar. O medo não é uma desculpa. O ódio não vencerá", concluiu a cantora. / EFE
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