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''Bibi'' promete cooperar com EUA

Em busca de coalizão de governo com rivais, líder do Likud diz que pode trabalhar pela paz com governo Obama

Por REUTERS e AP E AFP
Atualização:

O líder do partido de direta Likud, Binyamin Netanyahu, prometeu ontem colaborar com o novo governo americano de Barack Obama para alcançar a paz no Oriente Médio. "Pretendo e espero cooperar com a administração Obama e tentar avançar nos objetivos comuns de paz, segurança e prosperidade para nós e nossos vizinhos", afirmou Netanyahu, conhecido desde menino pelo apelido de "Bibi" e indicado na sexta-feira pelo presidente Shimon Peres para formar a próxima coalizão de governo, ao receber o senador americano independente Joseph Lieberman. Segundo analistas, o aceno de Netanyahu a Obama busca acabar com os temores de que, caso seja confirmado como próximo premiê israelense, seu governo paralise as negociações de paz. A declaração também faria parte de um esforço para trazer o centrista Kadima e o Partido Trabalhista, de esquerda, à coalizão de governo. O senador americano garantiu que um novo governo liderado por Netanyahu terá boas relações com Washington. "Nossos inimigos, infelizmente, são comuns, assim como os valores e interesses que nos uniram todos esses anos", disse Lieberman. "Não tenho dúvidas de que um governo de Netanyahu terá relações positivas com o governo Obama e os membros do Congresso." Pouco depois de receber a visita do senador americano, Netanyahu reuniu-se com a chanceler Tzipi Livni, líder do Kadima, para buscar apoio. Ao sair do encontro, Livni declarou que, apesar das "diferenças substanciais" está disposta a continuar negociando. No entanto, Livni alertou que não cederia no "caminho da paz" apenas para fazer parte do novo gabinete. "Se nos comprometermos com um governo no qual o caminho não seja aquele que sempre defendemos, estaremos traindo a confiança de nossos eleitores." O Kadima é favorável a ceder grande parte da Cisjordânia, atualmente ocupada por Israel, para a formação de um Estado palestino em troca de paz. O Likud não descarta a criação de um Estado palestino, mas defende que ele tenha poderes limitados para garantir que se mantenha desmilitarizado. ALIANÇAS Apesar das visões diversas sobre o processo de paz, o Likud tenta montar um gabinete "amplo", negociando com legendas de centro e esquerda, para não ficar refém de partidos da extrema direita. "Em virtude dos enormes desafios, não há dúvidas de que nosso objetivo primordial deve ser conseguir a união", afirmou Netanyahu. "Acredito que a unidade é possível por meio do diálogo. É isso que vamos fazer. " O encontro de ontem foi o primeiro entre os líderes do Likud e Kadima desde as eleições de 10 de fevereiro. Para hoje, Netanyahu tem agendada uma reunião com representantes do Partido Trabalhista. Nas eleições deste mês, a direita conquistou a maioria dos votos, ficando com 65 das 120 cadeiras da Knesset (Parlamento israelense) - apenas o Likud obteve 27. O Kadima conquistou 28 assentos. Netanyahu tem seis semanas para formar sua coalizão de governo.

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