KIEV - O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, chegou na Ucrânia nesta segunda-feira, 21, para se reunir com líderes do país e dar respaldo frente à ação das milícias pró-Rússia no leste ucraniano. A visita ocorre um dia depois de um tiroteio em um posto de checagem perto de Slaviansk deixar três mortos.
Biden se reunirá terça-feira com o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchinov, e com o primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, para falar sobre a instável situação econômica do país. Os avanços sobre reforma constitucional e descentralização administrativa, duas das principais reivindicações dos pró-russos, e a segurança energética da Ucrânia também serão temas das reuniões.
O Departamento de Estado americano advertiu nesta segunda as autoridades russas sobre as consequências do não cumprimento do acordo alcançado na quinta-feira 17 em Genebra, quando Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia aprovaram um documento para estabilizar a situação.
A Rússia se comprometeu a persuadir milícias a baixar suas armas e desocupar os edifícios públicos em cidades do leste ucraniano. No entanto, os insurgentes pró-russos continuam instalados nas Prefeituras de Donetsk e Slaviansk.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também acusou Kiev de descumprir os pontos do acordo. Segundo ele, "muitos dirigentes políticos do sudeste da Ucrânia continuam presos". O acordo também previa a anistia aos insurgentes pró-Rússia que participaram do levante contra o governo em Kiev, exceto no caso de pessoas culpadas por crimes graves.
Crimeia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou nesta segunda ao Parlamento um esboço do projeto de lei que designa o território recém-anexado da Crimeia como uma área de jogo legal.
A Rússia agiu rapidamente para incorporar a Crimeia, desde que a região se separou da Ucrânia em março, e propôs uma série de planos de incentivo ao investimento e inclusão do território na infraestrutura nacional.
Além de construir uma ponte para ligar a Crimeia à Rússia e estabelecer linhas de comunicação sob o estreito que separa os dois territórios, autoridades russas sugeriram declarar a região uma zona econômica especial e criar um regime tributário específico para atrair investidores. Esforços também estão sendo feitos para reduzir a dependência da Crimeia de eletricidade e abastecimento de água da Ucrânia./ EFE e REUTERS