Biden fecha acordo com democratas no Senado para aprovar US$ 1,9 tri para combater a covid

Acordo aconteceu horas depois do início dos debates sobre o projeto na Casa, como parte de um esforço da Casa Branca para garantir a fidelidade dentro do partido 

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Por Beatriz Bulla e Correspondente
Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a um acordo com democratas no Senado sobre o pacote econômico de US$ 1,9 trilhão para combater a covid-19, a principal medida que o novo governo tenta emplacar para oferecer alívio financeiro aos americanos em meio à pandemia e injetar recursos em mais testes e distribuição de vacinas. 

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Com o acordo, Biden atendeu democratas moderados ao concordar com limites mais rígidos de quem poderá receber a rodada de pagamentos de US$ 1,4 mil.

Ele já vinha sinalizando que não abriria mão do valor do pagamento, mas poderia concordar em reduzir a quantidade de pessoas que receberiam o dinheiro. O acordo aconteceu horas depois do início dos debates sobre o projeto no Senado americano, como parte de um esforço da Casa Branca para garantir a fidelidade dentro do partido. 

Opresidente dos EUA, Joe Biden,durante reunião no SalãoOval da Casa Branca Foto: REUTERS/Carlos Barria

Com o Senado dividido entre 50 senadores democratas e 50 republicanos, a Casa Branca não pode abrir mão de nenhum voto do próprio partido do presidente. 

Biden trabalha para ter o voto de 10 senadores republicanos - para obter uma maioria de 60. No entanto, caso não consigam os votos, os democratas devem recorrer a um mecanismo conhecido como "reconciliação orçamentária" para aprovar o pacote com maioria simples. Os republicanos usaram o mesmo procedimento para contornar uma obstrução e aprovar o corte de impostos proposto por Donald Trump em 2017.

Em entrevista coletiva, a porta-voz do governo, Jen Psaki, disse que Biden tem segurança de que possui os 50 votos dos democratas do Senado, sem deserções, e que estava aberto à negociação encampada pela ala moderada do partido. 

"Não temos uma lei final. Temos discussões em andamento. Ele está confortável e sabe que haverá ajustes na margem. Seu ponto de vista firme é que a lei precisa atender ao desafio, precisa ser do tamanho que ele propôs, precisa ter os componentes principais para ter impacto ao povo americano", disse Psaki. 

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De acordo com o jornal Washington Post, com base no think thank Institute on Taxation and Economic Policy, a nova proposta deixaria de fora dos pagamentos 12 milhões de adultos e 5 milhões de crianças, na comparação com a versão anterior. Cerca de 280 milhões de americanos no total, entre adultos e crianças, ainda seriam beneficiados pelo pacote.

Republicanos devem apresentar sugestões de emenda, como a previsão de reduzir a previsão de pagamento adicional de US$ 400 semanais ao salário-desemprego até agosto, além da proposta de redução do valor de US$ 1,4 mil.

Do outro lado, a ala progressista do partido democrata reclama da decisão de retirar da discussão a proposta de aumento do salário mínimo -- algo que a ala de centro mostrou resistência.

Como senador e depois vice-presidente de Barack Obama, Biden ficou conhecido como um político conciliador que trabalhava pela busca de consensos e projetos bipartidários. Ao chegar à Casa Branca, prometeu seguir a mesma trajetória e conquistar votos de republicanos favoráveis ao seu principal e primeiro plano.

As rodadas de pagamento de auxílio desemprego começarão a secar em 14 de março, o que faz com que governo e congressistas corram para tentar aprovar um pacote de socorro econômico ainda nesta semana. Lideranças dos dois lados, no entanto, esperam longas noites de votação. 

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