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Bielo-Rússia detém 7 candidatos

Marcha contra reeleição de Lukachenko reúne milhares na capital; polícia prende mais de 600

Por REUTERS e AFP
Atualização:

As autoridades da Bielo-Rússia prenderam sete candidatos opositores ao presidente Aleksander Lukachenko, reeleito com 80% da preferência popular no domingo, em uma votação envolvida em suspeitas de corrupção. O protesto que mobilizou milhares de manifestantes na capital, Minsk, resultou na prisão de 639 pessoas, anunciou Lukachenko em seu primeiro pronunciamento oficial após reassumir o cargo ontem.Os Estados Unidos pediram ontem a libertação dos candidatos e dos manifestantes presos. "Condenamos firmemente as medidas adotadas pelo governo bielo-russo para minar o processo democrático e usar uma força desproporcional contra ativistas políticos, representantes da sociedade civil e jornalistas", disse em um comunicado o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.Considerado "o último ditador da Europa", o controvertido líder chegou à presidência da Bielo-Rússia em 1994, dois anos depois que o país deixou de pertencer à União Soviética. Conhecido por encarcerar críticos e censurar a imprensa independente, Lukachenko mudou a Constituição, em 1996, para poder permanecer no poder por tempo indefinido.O presidente define-se como "severo, mas justo" e costuma chamar seus opositores de "inimigos do povo". Em 1991, quando atuava como parlamentar, foi um dos únicos que votou contra o tratado que dissolveu a URSS. Sua base de apoio é principalmente nas áreas rurais e entre os idosos. "Não sou ideal. Sou apenas uma pessoa normal, como você", costuma dizer Lukachenko. Sua aversão por reformas tem grande apelo entre bielo-russos amedrontados com experimentos econômicos. E cada vez mais ele tem demonstrado habilidade em jogar os adversários um contra o outro. Lukachenko é separado e tem três filhos, um deles - de 6 anos - de uma relação extraconjugal.

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