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Bielo-Rússia inicia vacinação contra a covid-19 com imunizante russo

Ao lado da Argentina, bielo-russos iniciaram nesta terça campanha de imunização com a Sputnik V; objetivo é alcançar cerca de 200 mil pessoas na primeira fase do programa nacional

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Por Redação
Atualização:

MINSK - A Bielo-Rússia começou nesta terça-feira, 29, a vacinação contra o coronavírus com a vacina russa Sputnik V, tornando-se o segundo país depois da Rússia a usar uma vacina que ainda está em fase final de estudos.

O primeiro lote do Sputnik V chegou à ex-república soviética na terça-feira, de acordo com uma declaração conjunta do Ministério da Saúde da Bielorrússia, do Ministério da Saúde da Rússia e do Fundo de Investimento Direto da Rússia, que financiou o desenvolvimento do vacina.

Dose da vacina russa Sputnik V contra covid-19 Foto: Pavel Golovkin/AP

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“Os primeiros a serem vacinados serão os trabalhadores da saúde, professores e especialistas que, devido às particularidades da sua profissão, estão frequentemente em contato com outras pessoas”, afirmou o ministro da Saúde, Dmitri Pinevitch, acrescentando que a vacinação “será voluntária" no país de 9,5 milhões de habitantes.

A Bielo-Rússia foi o primeiro país a homologar a vacina russa Sputnik V em seu território, em 21 de dezembro. Os ensaios clínicos foram realizados a partir de 1º de outubro com 100 voluntários. A vacina fabricada na Rússia também foi aprovada em caráter de emergência na Argentina, onde as vacinações começaram na terça.

Na semana passada, muitos russos expressaram raiva nas redes sociais depois que 300 mil doses da vacina foram despachadas para a Argentina, quando apenas 650 mil foram administradas na Rússia até 24 de dezembro, de acordo com o desenvolvedor, o Instituto Gamaleya.

A Bielo-Rússia espera vacinar cerca de 200 mil pessoas na primeira fase de seu programa nacional. O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que está comercializando a vacina no exterior, se recusou a comentar quantas doses foram enviadas para a Bielo-Rússia.

A RDIF assinou um acordo em novembro com a empresa farmacêutica bielorrussa Belpharmprom para preparar a futura produção do Sputnik V a nível local. O presidente Alexander Lukashenko, que enfrentou meses de demandas de manifestantes para renunciar depois de uma eleição em agosto que eles dizem ter sido fraudulenta, minimiza o coronavírus. 

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Ele qualificou os temores e bloqueios nacionais que o novo vírus havia causado como “psicose” e aconselhou os cidadãos a evitarem contraí-lo dirigindo tratores no campo, bebendo vodka e visitando saunas. Sua atitude irritou muitos bielo-russos, aumentando a consternação pública sobre seu estilo autoritário e ajudando a alimentar meses de protestos pós-eleitorais.

A oposição diz que o governo ditatorial de Lukashenko permitiu que a covid-19 corresse solta nas prisões onde deteve milhares de manifestantes. /AFP, AP e Reuters 

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