Biggs quer se entregar à polícia inglesa, diz o ?The Sun?

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Por Agencia Estado
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O tablóide britânico ?The Sun? publicou hoje, numa reportagem de capa, que o inglês Ronald Biggs, mentor do chamado ´ O Grande Assalto ao Trem" em 1963, estaria negociando com a Scotland Yard o retorno ao país, após permanecer 35 anos no Brasil. Numa entrevista concedida ao diário, Biggs, de 71 anos, disse que enviou um e-mail para a polícia britânica, no qual solicitou um passaporte e disse que pretende se entregar no aeroporto de Heathrow, de Londres. "Eu sempre disse que um dia eu voltaria e chegou a hora", disse Biggs ao The Sun. A notícia está causando uma grande repercussão no país. A Scotland Yard confirmou nesta manhã, em entrevista à rede de televisão BBC, que recebeu um e-mail de uma pessoa que se identificou como sendo Biggs, mas não forneceu detalhes sobre o conteúdo da mensagem. Biggs escapou da penitenciária de Wandsworth, no sul de Londres, em 1965, após cumprir quinze meses de uma sentença de trinta anos pela sua participação no assalto de 2,6 milhões de libras esterlinas do trem noturno entre Glasgow e Londres. Biggs disse ao The Sun que sua saúde está muito fragilizada após ter sofrido recentemente um terceiro ataque no coração. "Sou um homem doente. Meu último desejo é entrar um pub de Margate como um típico inglês e comprar um pint de cerveja", disse Biggs ao jornal. "Espero viver o suficiente para poder fazer isso." Em seu e-mail, endereçado ao chefe do Grupo de Crime Organizado da Scotland Yard, detetive John Coles, Biggs teria afirmado: "Eu gostaria de me entregar para você. O que eu preciso é de um passaporte para poder retornar à Grã-Bretanha. Eu estou preparado para ser preso no portão quando eu desembarcar no aeroporto de Heathrow e me submeterei ao devido processo legal." Biggs teria também incluído a impressão digital de seu polegar na mensagem para provar que o e-mail é legítimo. Ele disse que o aspecto mais doloroso de seu retorno à Grã-Bretanha seria o fato de deixar o seu filho Michael e a neta Ingrid no Brasil. "Eu sei que quando eu partir poderá ser a última vez que eu a verei. Mas eu tive uma vida boa. Eu não me arrependo de nada", afirmou. Após sua fuga, Biggs foi para a Austrália, Argentina e Bolívia, se estabelecendo no Rio de Janeiro em 1970, onde se casou com uma brasileira.

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