PUBLICIDADE

Bin Laden aparecerá em breve, diz porta-voz da Al-Qaeda

Por Agencia Estado
Atualização:

Osama bin Laden está vivo, passa bem e vai logo fazer uma aparição, diz um homem apresentado como o porta-voz de sua rede terrorista Al-Qaeda, numa entrevista que aparece num arquivo de áudio em dois sites islâmicos na Internet. Na entrevista, aparentemente recente, o homem identificado como Sulaiman Abu Ghaith, o kuwaitiano porta-voz de Bin Laden, também afirmou que a Al-Qaeda foi responsável por um incêndio, em abril, numa sinagoga judaica, na ilha tunisiana de Djerba, no qual morreram 19 pessoas, 14 delas turistas alemães. "Quero garantir aos muçulmanos que o xeque Osama bin Laden (...) está com saúde boa e auspiciosa, e tudo o que está sendo dito sobre sua doença e ferimentos em Tora Bora (região montanhosa do Afeganistão) não é a verdade", disse Abu Ghaith. Acrescentou que logo Bin Laden fará uma aparição televisionada. O governo George W. Bush informou não saber se Bin Laden está vivo. E não foi possível apurar a autenticidade da entrevista. O presidente afegão, Hamid Karzai, declarou ao programa Edição Tardia da CNN com Wolf Blitzer que não tem informação sobre o paradeiro de Bin Laden, "mas ele será encontrado um dia". Trechos do arquivo de áudio, de 24 minutos e em língua árabe, que foi monitorada pela Associated Press hoje, foram também transmitidos pela estação de TV via satélite Al-Jazeera na noite de sábado. Links com o arquivo de áudio apareceram em dois websites que se acredita estarem vinculados à Al-Qaeda. O editor da Al-Jazeera, Ibrahim Hilal, disse hoje que sua emissora transmitiu um teipe feito a partir de um download de um dos sites. Ele acredita que a voz era do porta-voz da Al-Qaeda, com base em comparações com outros videoteipes que a estação tem dele. O entrevistador de Abu Ghaith não se identificou nem informou onde a entrevista foi feita. Abu Ghaith agradeceu à Instituição Al-Sahab para Produção de Mídia ao fim da entrevista. À Al-Sahab também foi atribuída uma entrevista em texto que apareceu num dos websites na semana passada, na qual um homem também identificado como Abu Ghaith faz comentários semelhantes aos do arquivo de áudio. Também se atribui a ela o vídeo de adeus de Ahmed Ibrahim A. Alhaznawi, um dos seqüestradores dos aviões usados no 11 de setembro. A Al-Jazeera transmitiu o vídeo em abril. Não ficou claro quando a entrevista foi feita. Ela se referiu a recentes advertências do governo americano sobre iminentes ameaças da Al-Qaeda. "Sim, vamos praticar ataques (...) Nem (o vice-presidente americano) Dick Cheney, o secretário de Defesa, nem o presidente americano podem descobrir o local, hora, o modo e o método com o qual vamos executar essas operações." Abu Ghaith disse que a guerra ao terror não alcançou seus objetivos e que a Al-Qaeda não foi destruída, pois está atuando com maior energia. Acrescentou que "98% da liderança da Al-Qaeda está em segurança e cuida perfeitamente de seus assuntos", e o grupo ainda "pode ameaçar a América (...) Os próximos dias e meses provarão ao mundo todo, se Alá quiser, a verdade do que estamos dizendo." No arquivo de áudio, Abu Ghaith afirmou que a Al-Qaeda foi responsáveis pelos ataques de 11 de setembro, pelas explosões em 1998 nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, pelo ataque em 2000 ao destróier USS Cole no porto iemenita de Aden e pelo incêndio na sinagoga na Tunísia. O ataque na Tunísia foi "uma operação executada pela organização Al-Qaeda, por um homem que não conseguia ver seus irmãos na Palestina serem mortos, massacrados, seu sangue derramado e a honra violada. Ele olha à sua volta e vê judeus na cidade de Djerba passeando a pé, usufruindo e praticando seus rituais à vontade", acrescentou Abu Ghaith. O mulá Mohammed Omar, líder do Taleban foragido, que protegia Bin Laden, ainda está vivo, ao passo que Ayman al-Zawahri, o segundo homem de Bin Laden na Al-Qaeda, não foi ferido pelos bombardeios dos aliados na região montanhosa de Tora Bora, no Afeganistão, disse, e afirmou que os EUA escondem o fato de que grande número de soldados americanos foi morto em combates no Afeganistão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.