Bin Laden pede destruição da economia dos EUA

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Por Agencia Estado
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O dissidente saudita Osama bin Laden afirmou num videoteipe de 33 minutos exibido hoje à noite na íntegra pela TV árabe Al-Jazira, do emirado árabe do Catar, que 19 homens - definidos por ele como mujahedines (guerreiros islâmicos) - realizaram os atentados de 11 de setembro nos EUA. Ele indica a nacionalidade deles - 15 sauditas, dois dos Emirados Árabes Unidos, um libanês e um egípcio - e identifica os dois últimos como Ziad Arch e Mohamed Atta, respectivamente. Foi sua mais clara confissão do planejamento dos atentados em um vídeo entregue à imprensa árabe. Numa outra fita, divulgada pelo Departamento de Defesa (Pentágono) dos EUA que a teriam encontrado no Afeganistão, ele comenta os atentados falando como o mentor, mas no mundo árabe e islâmico muitos questionaram sua autenticidade. O número condiz com as conclusões a que chegaram as autoridades americanas. Ele exortou os muçulmanos a desencadearem uma "guerra santa" militar e econômica e defendeu a destruição da economia americana como meio para conseguir sua derrota. A emissora divulgara na quarta-feira trechos da fita que teria sido gravada por volta do dia 7 deste mês, segundo referências feitas pelo terrorista saudita. A Al-Jazira informou não saber a data nem o local em que o teipe foi feito. envelhecimento - Pálido, e com aspecto envelhecido e cansado, Bin Laden voltou a acusar os EUA de travarem uma "cruzada feroz" contra os muçulmanos. "Osama bin Laden está no Paquistão, sob proteção do maulana Fazalur Rehman, mas não sabemos com certeza em que lugar", garantiu hoje Mohamed Habeel, porta-voz do Ministério da Defesa e membro da Aliança do Norte, a coalizão anti-Taleban que nunca teve boas relações com as autoridades paquistanesas e hoje forma a base do governo interino afegão. "Não posso dizer de que fontes obtive essa informação." Rehman é o chefe do partido islâmico Jamiat Ulema-i-Islam, aliado do Taleban e classificado pelos EUA de grupo terrorista. Ele tachou a denúncia de "piada" enquanto o governo paquistanês desmentia categoricamente a informação, que qualificou de "calúnia". A hipótese de que Bin laden tenha fugido para áreas tribais da etnia pashtun no Paquistão é uma das consideradas pelos EUA e aliados. Há também especulações de que tenha morrido, continua entrincheirado na região de Tora Bora ou esteja sob proteção de ex-líderes taleban no sul do Afeganistão. "Isso não é sério. Pode ser uma propaganda política", disse Rehman, que é partidário de longa data de Bin Laden e do Taleban e atualmente está sob prisão domiciliar em sua residência em Dera Ismail Khan, cidade na Província da Fronteira do Noroeste, uma área autônoma tribal na qual os militares paquistaneses não entram. Um outro dirigente do partido disse que eles só tiveram contatos com os taleban, mas nunca com Bin Laden. "Não temos nenhuma informação nesse sentido e não conhecemos a origem dessa nova notícia caluniosa", rebateu um alto funcionário do Paquistão.

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