Bin Laden teria armas de destruição em massa

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Por Agencia Estado
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A Arábia Saudita recebeu informações de que a rede Al-Qaeda, liderada por Osama bin Laden, possui armas de destruição em massa ou está a ponto de adquiri-las, indicou um ex-chefe de inteligência do reino em comentários publicados hoje. A informação é da agência Arab News e faz parte de uma extensa entrevista concedida na semana pelo príncipe Turki, que foi chefe do serviço secreto do reino saudita desde 1977 até sua aposentadoria em agosto deste ano. O ex-funcionário não mencionou os tipos de armas que estariam nas mãos de Bin Laden, mas o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou dias atrás que o exilado saudita estaria tentando adquirir armas químicas, biológicas e nucleares. "Monitoramos todos os informes, não apenas os relacionados ao Al-Qaeda, mas também a outras organizações", disse Turki. "Há informações de que vários indivíduos e organizações adquiriram ou estavam por adquirir tais armas, mas não recebemos evidências suficientemente sólidas para respaldá-las" acrescentou. O príncipe Turki afirmou também que a inteligência saudita calcula que a fortuna de Bin Laden esteja "entre US$ 40 milhões ou US$ 50 milhões se muito". Outros cálculos indicam que o exilado saudita seja possuidor de centenas de milhões de dólares. A inteligência saudita, disse o príncipe, também monitorou os negócios de Bin Laden e os esforços para a formação de milícias islâmicas no Sudão em meados da década de 90. Ele falou dos vínculos de Bin Laden com Hassan Turabi, o ideólogo islâmico que foi a força por trás do governo sudanês de 1989 a 1999, e agora está sob prisão domiciliar. Bin Laden, "sem sombra de dúvida desempenhou um papel nos campos de treinamento e cooperou com Turabi na criação de milícias islâmicas, cujo apoio ele (Tubari) desejava em caso de qualquer conflito com o exército do país", afirmou o príncipe saudita. Turki disse que a inteligência saudita descobriu que Bin Laden "recrutava pessoas de diferentes partes do mundo islâmico desde a Argélia até o Egito, da Ásia Oriental até a Somália, para treiná-las nesses campos". Bin Laden se viu obrigado a abandonar o Sudão em 1996 e retornou ao Afeganistão, país que o recebeu de braços abertos devido aos anos em que lutou contra as forças soviéticas durante a década de 80. O suposto terrorista teve sua cidadania saudita retirada por tentar desestabilizar a monarquia. Leia o especial

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