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Bispo católico crítico a sistema chinês desaparece

Thaddeus Ma Daqin está desaparecido desde o fim de semana

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Por Redação
Atualização:

PEQUIM - Um bispo católico chinês que desafiou o controle estatal sobre entidades religiosas está desaparecido desde o fim de semana. Thaddeus Ma Daqin renunciou ao cargo que ocupava na Associação Católica Patriótica, órgão vinculado ao Partido Comunista que supervisiona a religião no país, durante seu sermão de estreia como bispo auxiliar de Xangai, a maior diocese da China.

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Após a missa, no sábado, ele foi levado para um seminário nos arredores da cidade e não aparece publicamente há três dias. "Eu tenho refletido sobre o que nossa amada igreja me ensinou", disse o bispo no sermão. "Quando você assume um trabalho pastoral, seu corpo e sua mente devem estar completamente focados na evangelização."

Segundo o religioso, não seria apropriado ter outras funções que não a pastoral. "Por isso, deste momento em diante não é apropriado que eu faça parte da Associação Patriótica", acrescentou. A congregação reagiu com uma onda de aplausos.

"Oficiais locais exageram e agora criaram uma crise entre Pequim e Xangai", disse o pesquisador Anthony Lahm, do Centro de Estudos do Espírito Santo. O Vaticano proíbe o clero católico de ocupar cargos políticos, mas na China muitos religiosos ocupam cargo na Igreja e a APC. A cúpula do regime também monitora de perto atividades religiosas.

Tensão

Nesta terça-feira, um segundo caso complicou as relações diplomáticas entre Pequim e a Santa Sé. A nomeação de Joseph Yue Fusheng para bispo de Harbin, sem aprovação papal irritou o Vaticano, que divulgou um comunicado condenando a medida.

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"Todos os católicos da China - pastores, padres e fiéis - têm a obrigação de defender a doutrina e a tradição da Igreja", diz o texto. "Essas nomeações provocam divisões e trazem um sofrimento desnecessário à comunidade católica chinesa e a Igreja." Ao contrário de muitos bispos chineses, Ma tinha a aprovação do Vaticano. Existem cerca de 12 milhões de católicos na China. 

Com Reuters

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