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Bispo desacreditado pelo Vaticano assume diocese na China

A China e o Vaticano romperam laços diplomáticos em 1951, quando Roma excomungou três bispos nomeados unilateralmente por Pequim

Por Agencia Estado
Atualização:

Zhan Silu, bispo da Igreja Patriótica chinesa e que não conta com a aprovação do Vaticano, assumiu formalmente a diocese de Mindong, na província de Fujian (sul). Em uma missa, Zhan exerceu as funções de bispo pela primeira vez, apesar de sua ordenação ter ocorrido em 2000. "Zhan foi ordenado em 2000 e desde então exercia como bispo auxiliar. Ao morrer no ano passado o bispo titular, o substituiu automaticamente", disse hoje à EFE Liu Bainian, vice-presidente e porta-voz da Igreja Patriótica. Liu pediu à "opinião internacional" para que "não vincule tudo o que a igreja chinesa faz às relações com o Vaticano". "A missa de hoje serve para comemorar o término das obras de restauração da igreja lideradas por Zhan, e não tem nada a ver com a Santa Sé ou mesmo com uma eventual aprovação", apontou. Dominique Yung, assistente pessoal do cardeal de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, declarou à EFE que desde que foi consagrado em 2000 "a nomeação de Zhan não recebeu apoio por parte do Vaticano". A "instalação" de Zhan em Mindong poderia ser um novo empecilho nas negociações entre Pequim e o Vaticano para restabelecer relações diplomáticas, depois de a Igreja Patriótica ter consagrado em 30 de abril e 2 de maio, sem o beneplácito do papa, Ma Yinglin e José Liu Xinhong como bispos de Kunming e Wuhu, respectivamente. A consagração de um terceiro bispo, este sim contando com o beneplácito da Santa Sé, em 7 de maio último, parecia, no entanto, devolver certa tranqüilidade ao conflito. A China e o Vaticano romperam laços diplomáticos em 1951, quando Roma excomungou três bispos nomeados unilateralmente por Pequim. Os católicos chineses estão divididos entre os 5,2 milhões de seguidores da Igreja oficial e os 12 milhões da "clandestina".

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