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Bispos americanos admitem "crise de confiança"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Wilton Gregory, reconheceu a participação de integrantes da Igreja nos escândalos de abusos sexuais contra menores e prometeu tomar medidas para ajudar os fiéis a recuperar a fé na hierarquia católica. "Na verdade, a crise vem de uma profunda perda de confiança dos fiéis em nossa liderança", disse nesta quinta-feira, durante a abertura da reunião extraordinária dos 300 bispos e cardeais americanos, em Dallas, para tratar dos casos de abuso sexual contra menores e do impacto causado nas vítimas. O líder dos bispos americanos admitiu que não foram tomadas medidas adequadas para assegurar que cada criança ou menor estivesse a salvo de abusos. "Com razão, os fiéis perguntam por que não fomos capazes de tomar as medidas necessárias." Raramente os bispos permitem que pessoas de fora da Igreja falem durante as reuniões, mas, no encontro foi autorizada a participação de três especialistas e quatro vítimas de abusos sexuais. Durante a tarde, os bispos apresentaram propostas para reformular o modo de tratar as acusações de assédio, entre elas, a de tolerância zero. Nesta proposta, mesmo se o padre for culpado em apenas um caso, deverá ser expulso da Igreja. As negociações a portas fechadas continuaram à noite. Nesta quinta-feira vai ocorrer um debate público. Desde janeiro, quando se iniciou a crise com o caso de um padre pedófilo em Boston, pelo menos 250 sacerdotes renunciaram ou foram suspensos por acusações sobre sua conduta sexual. Quatro bispos também se afastaram, mas ninguém abandonou seu posto por ter tomado decisões equivocadas nos casos de padres pedófilos. Autoridades judiciais emitiram uma citação para que a arquidiocese de Los Angeles entregue à Justiça os documentos pessoais de três padres que estão sob investigação por pedofilia. O fiscal Steve Cooley decidiu solicitar a medida depois que o advogado dos padres Michael Stephen, Michael Wempe e David Granadino se negou, durante duas semanas, a entregar os documentos solicitados, segundo o jornal Los Angeles Times.

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