Blair admite que anúncio de saída criou incerteza no governo

Primeiro-ministro do Reino Unido admitiu que sua decisão "não foi fácil"

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, reconheceu que sua decisão de anunciar que deixará o poder até o fim do ano criou "incerteza" no governo. Em entrevista à edição deste domingo, 4, do jornal , Blair admitiu que "não foi fácil", mas ressaltou que teria sido ainda mais difícil não afirmar no ano passado sua intenção de abandonar o governo em 2007. O chefe de governo se negou a dar uma data concreta para sua saída, mas a imprensa britânica acredita que o anúncio será feito em maio e que o primeiro-ministro deixará definitivamente o poder no meio do ano. Nos últimos meses, a imprensa especulou sobre os possíveis sucessores do primeiro-ministro e mencionou supostas divergências entre Blair e o ministro da Economia, Gordon Brown, tido como sucessor natural do chefe do governo. Blair disse ao jornal que não quer repetir a experiência da ex-primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher e acabar sendo "expulso" do cargo por seu partido. Iraque Thatcher, que ficou no poder entre 1979 e 1990, foi obrigada a renunciar depois de perder apoio dentro do próprio partido. O primeiro-ministro acredita que sua renúncia poderia ajudar o Partido Trabalhista a recuperar o apoio dos eleitores descontentes com a intervenção do Reino Unido no Iraque. Em referência às eleições de 2005, que registraram uma perda de apoio ao partido, Blair disse: "O Iraque foi um fator. Então, de alguma maneira, quando eu sair, isso sairá comigo". O primeiro-ministro não descartou a possibilidade de que o líder conservador David Cameron vença os próximos pleitos gerais, previstos para 2009/10, mas disse que seu partido não deve temer a oposição. Sobre seu sucessor, Blair afirmou que espera que tenha tempo suficiente antes da convocação das próximas eleições. A imprensa dá quase como certo que Brown será o sucessor de Blair.

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