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Blair deve apresentar plano para sua renúncia

O primeiro-ministro britânico vem sendo amplamente pressionado por aliados políticos para deixara chefia do governo. Nesta quarta, sete assessores trabalhistas renunciaram

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deve apresentar nos próximos dias seus planos para deixar o governo, noticiou nesta quarta-feira a BBC. Segundo a rede de TV britânica, espera-se que ele confirme o que já disse a amigos - que irá deixar a liderança do governo durante a conferência do Partido Trabalhista no início de 2007. A informação veio à tona em um dia turbulento para o governo britânico. Nesta quarta-feira, oito membros do baixo escalão do governo pediram demissão em protesto contra a recusa de Blair em fixar uma data para sua saída da chefia do gabinete. Segundo fontes citadas pela BBC, Blair e o chefe do Tesouro britânico, Gordon Brown, tiveram uma "áspera reunião" nesta quarta-feira, o que "destruiu a química entre os dois". Brown é um dos mais fortes líderes do Partido Trabalhista e principal candidato a suceder Blair na chefia do governo. Ainda de acordo com reportagens da mídia britânica, já há até data para a renúncia de Blair. O tablóide The Sun informa em sua edição desta quarta-feira que o premier renunciará à liderança do Partido Trabalhista no dia 31 de maio do ano que vem, e abandonará seu posto no governo britânico no dia 26 de julho. Além disso, dois aliados de Blair - o ministro do Meio Ambiente e Assuntos Rurais, David Miliband, e a secretária de Estado de Exclusão Social, Hilary Armstrong -, disseram publicamente que Blair deixará seu cargo em doze meses. Muitos crêem que Miliband e Armstrong não fizeram esse anúncio sem antes contar com a autorização do primeiro-ministro, e atribuem as declarações a uma tentativa de aplacar os rebeldes do trabalhismo. "Desleais" Mais cedo, Blair chamou o ex-vice-ministro da Defesa Tom Watson - o mais alto funcionário do governo a se demitir nesta quarta-feira - de "desleal, descortês e errado" por assinar uma carta pedindo sua renúncia. Watson, assim como os outros sete secretários parlamentares privados (SPP) que também se demitiram, estão entre um grande número de membros do Partido Trabalhista que assinaram uma carta pedindo a demissão de Blair. Os SPP são ajudantes ministeriais que estão na base hierárquica do governo britânico. Em uma declaração conjunta, quatro dos SPPs disseram que Blair "não colou fim às incertezas sobre sua saída do gabinete, o que está prejudicando o governo e o partido". Iain Wright, um SPP do departamento de Saúde, disse acreditar que "o partido e o governo não podem se renovar sem uma renovação urgente em sua liderança". Fontes próximas a Gordon Brown citadas pela BBC afirmaram ser "insuficientes" as insinuações de que Blair irá renunciar em maio. Ainda assim, eles negaram que o líder trabalhista esteja articulando a queda do premier. Para fontes próximas a Blair, no entanto, os pedidos pela saída do primeiro-ministro estão sendo orquestrados por aliados de Brown.

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