Blair diz que EUA têm o apoio da Otan para ação militar

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, convocou o Parlamento (em recesso de verão) para uma reunião de emergência e pediu a todas as democracias do mundo que se solidarizem com os Estados Unidos, agredidos por devastadores atentados terroristas. "Esse não foi um ataque apenas a prédios americanos, mas uma agressão à noção mesma da democracia", afirmou. Coincidindo com o apelo de Blair, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) invocava o Artigo 5 de sua instituição que estabelece: um ataque a um dos membros da Otan é um ataque a todos os seus 19 membros. Ação militar "Isso significa que os Estados Unidos têm o apoio de seus parceiros na aliança atlântica para uma ação militar se ficar comprovado que os ataques (atentados em Nova York e Washington) partiram diretamente do exterior", explicou o secretário-geral da Otan, George Robertson. A invocação do artigo foi aprovada pela cúpula da instituição na noite desta quarta-feira, em Bruxelas. Blair disse que a Grã-Bretanha permanecerá firme ao lado de seu mais próximo aliado. "Creio que a magnitude do que ocorreu justifica plenamente a convocação do Parlamento", ressaltou o primeiro-ministro. Desde 1948, os deputados britânicos tiveram suas férias interrompidas 18 vezes. "É da maior importância que as vozes democráticas sejam ouvidas neste momento", continuou Blair, que conversou durante meia hora por telefone com o presidente americano, George W. Bush. Ele já havia entrado em contato no dia anterior com os chefes de governo da Rússia, Alemanha, França e Itália. "Todos coincidimos num ponto: esse ataque não foi apenas contra os Estados Unidos, mas contra o mundo livre e democrático. Requer nossa condenação absoluta e unida, nosso empenho para capturar os responsáveis e levá-los à Justiça e nossa solidariedade completa ao povo americano nesta hora difícil." Proibição de vôos Blair manteve a proibição temporária de vôos comerciais sobre Londres. Um porta-voz militar citado pelo jornal The Guardian disse que a Força Aérea adotara na terça-feira um rígido esquema de proteção do espaço aéreo da capital britânica. A ordem é abater qualquer avião que se aproxime de Londres, destacou ele. Vítimas britânicas no WTC Blair admitiu como provável a existência de muitos cidadãos britânicos entre os escombros do World Trade Center. Segundo um assessor de Downing Street, a comissão especial do governo para a solução de crises (Cobra) tem recebido centenas de telefonemas de pessoas que não têm notícias de parentes que estão em Nova York e Washington. "Com base nesses chamados, achamos que o número de vítimas britânicas pode chegar a algumas centenas", destacou o funcionário. Horas antes, o consulado britânico em Nova York havia estimado em pelo menos 15 o total de vítimas britânicas.

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