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Blair quer dar ultimato a Saddam

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse hoje que uma coalizão internacional deve dar um ultimato, apoiado na ameaça do uso de força, ao líder iraquiano Saddam Hussein, para que ele se desfaça das armas de destruição em massa. "Vamos apresentar o ultimato. Vamos fazer com que Saddam cumpra com a vontade da ONU", afirmou Blair durante discurso na convenção anual do Partido Trabalhista. Segundo ele, o mundo tem de estar pronto para usar a força caso Saddam não aceite destruir suas armas químicas e biológicas, pois a credibilidade das Nações Unidas está em jogo. "Se perdermos nossa vontade coletiva para lidar com a questão, vai acabar a autoridade não dos Estados Unidos, ou da Grã-Bretanha, mas das Nações Unidas", declarou. Para o primeiro-ministro, ao se negociar com ditadores, algumas vezes "a única esperança de paz é a prontidão para a guerra". Reconhecendo que países em todo o mundo têm ressentimento com o poderio dos Estados Unidos, Blair defendeu suas relações próximas com o presidente americano, George W. Bush, consideradas por alguns britânicos como muito submissas. "Os valores básicos dos EUA são nossos valores também, da Grã-Bretanha e da Europa. E são bons valores", disse. "Acredito nessa aliança e vou lutar muito e duro para preservá-la." Blair tem se mostrado o mais firme aliado de Bush em sua campanha para angariar apoio internacional para uma ação contra o Iraque, mas ameaças de guerra contra Bagdá têm gerado oposição no Parlamento, dentro de seu partido e no público em geral. Há meses, o Partido Trabalhista - de centro-esquerda - vem sofrendo divergências quanto à dura posição de Blair em relação ao Iraque, com muitos dissidentes insatisfeitos com a possibilidade de guerra. Mas durante um debate de duas horas realizado ontem, os delegados trabalhistas aprovaram uma moção apoiando o uso da força contra o Iraque, depois que forem esgotados todos os esforços diplomáticos - e desde que conte com o respaldo da ONU.

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