
12 de maio de 2015 | 11h58
DACA - Um blogueiro laico e crítico ao radicalismo islâmico foi assassinado nesta terça-feira, 12, a facadas no norte de Bangladesh, no terceiro incidente deste tipo no país em dois meses e meio, informou uma fonte policial.
Ananta Bijoy Das foi atacado por quatro pessoas por volta das 8h45 local (23h45 de segunda-feira em Brasília), na zona de Subi Bazar da cidade de Sylhet e morreu praticamente no hora, disse o delegado da polícia local Kamrul Ahsan.
"A área estava pouco movimentada no momento do ataque. A vítima recebeu facadas na cabeça, pescoço e outras partes do corpo", afirmou Ahsan, que acrescentou que as forças da ordem lançaram uma operação para prender os agressores.
Segundo a fonte, o crime foi presenciado por "uma ou duas pessoas" e os agressores fugiram em seguida.
Das era um representante local do Gonojagoron Moncho, um movimento secular de protesto que em 2013 pediu a execução de líderes islamitas acusados de cometerem crimes durante a guerra de 1971 que resultou na independência de Bangladesh.
A vítima costumava escrever no site "Mukto Mona", um espaço frequentado por integrantes do coletivo denominado em Bangladesh como "mente livre" e impulsionado por Avijit Roy, escritor americano originário de Bangladesh que também foi assassinado por radicais em fevereiro.
Das se transforma assim no terceiro blogueiro assassinado em um intervalo de apenas dois meses e meio em Bangladesh, depois do próprio Roy e do menos conhecido Washiqur Rehman Babu, que morreu no final de março. Os dois anteriores foram atacados na capital Daca.
Em Bangladesh, cerca de 90% dos 160 milhões de habitantes são muçulmanos, embora seus fiéis sejam vistos majoritariamente como moderados e a nação não registro níveis de violência islamita comparáveis aos de outros países da região.
De acordo com o serviço de monitoramento SITE, o grupo militante islâmico Ansar al-Islam Bangladesh afirmou que a rede Al-Qaeda no Subcontinente Indiano tinha reivindicado a responsabilidade pelo ataque.
O braço regional da rede Al-Qaeda não emitiu uma declaração sobre o assassinato, mas o Ansar afirmou manter laços com a organização e anteriormente fez declarações semelhantes, depois confirmadas pela Al-Qaeda, disse o SITE. / EFE e REUTERS
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