Bloomberg gasta US$ 15 milhões em publicidade de última hora para Biden no Texas e em Ohio

O bilionário ex-prefeito de Nova York se concentrou principalmente na Flórida nas eleições gerais, mas uma pesquisa particular indica que Trump pode estar vulnerável em dois dos maiores estados tradicionalmente republicanos

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Por Alexander Burns
Atualização:

WASHINGTON - Michael Bloomberg está financiando uma blitz de gastos de última hora para apoiar o ex-vice-presidente Joe Biden no Texas e em Ohio, direcionando milhões para a publicidade na televisão em dois Estados tradicionalmente republicanos que se afastaram do presidente Trump nas eleições gerais.

Um conselheiro político de Bloomberg disse que o ex-prefeito bilionário da cidade de Nova York usaria seu comitê político, Independence USA, para transmitir campanhas publicitárias intensivas em todos os mercados de televisão em ambos os Estados. O custo da campanha dos dois Estados deve totalizar cerca de US$ 15 milhões.

A equipe de Michael Bloomberg está convencida de que Texas e Ohio são alvos cruciais para a reta final da campanha. Foto: Democratic National Convention/Pool via REUTERS

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A decisão de Bloomberg reflete o quanto o cenário eleitoral parece ter mudado nos últimos meses da corrida presidencial, à medida que a má gestão de Trump na pandemia de coronavírus intensificou sua impopularidade e alienou ainda mais grupos eleitores cruciais, como mulheres e moradores de subúrbios.

A campanha de Biden tratou Ohio como um campo de batalha competitivo por algum tempo, embora Trump a tenha vencido por uma larga margem em 2016 e, mais recentemente, a chapa democrata tem investido algum tempo e dinheiro no Texas. A senadora Kamala Harris, da Califórnia, companheira de chapa de Biden, planeja visitar o Estado na sexta-feira.

Howard Wolfson, um dos assessores mais próximos de Bloomberg, disse que o ex-prefeito recentemente pediu a sua equipe para fazer uma rodada de pesquisas para ver se Trump tinha vulnerabilidades inesperadas que poderiam ser exploradas nas semanas finais da campanha. Até agora, as atividades eleitorais gerais de Bloomberg se concentraram na Flórida, onde ele prometeu gastar US$ 100 milhões apoiando Biden.

A equipe de Bloomberg conduziu pesquisas em vários Estados no fim de semana e saiu convencida de que Texas e Ohio representavam seus melhores alvos - prêmios eleitorais estreitamente divididos, onde a guerra por tempo de TV ainda não estava abarrotada de publicidade pesada de ambos os lados. A equipe apresentou a Bloomberg os números na manhã de segunda-feira e ele deu sinal verde.

“Acreditamos que a Flórida entrará em ação e estávamos em busca de oportunidades adicionais para expandir o mapa”, disse Wolfson. “Texas e Ohio apresentam as melhores oportunidades para fazer isso, em nossa opinião.”

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Bloomberg também planeja aumentar o tamanho de suas compras de anúncios de televisão na Flórida na próxima semana, disse Wolfson.

Vitória em um dos Estados pode dar ampla vantagem a Biden

Caso os democratas vençam no Texas ou em Ohio, isso provavelmente, indicaria não apenas uma derrota de Trump, mas uma derrota por margem impressionante. Os dois Estados têm 56 votos no Colégio Eleitoral entre eles, e a campanha de Trump nunca planejou um caminho para a vitória que não envolva levar os dois.

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E a campanha de Biden não tem contado com Texas ou Ohio para entregar os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para selar uma vitória: embora os democratas estejam competindo em uma extensão significativa em ambos os estados, nenhum deles subiu tanto em relação à lista de prioridades de Biden como Estados de vitória obrigatória como Wisconsin e Pensilvânia, ou Estados solidamente divididos como Carolina do Norte e Geórgia.

A campanha de Trump descartou a possibilidade de os democratas ganharem no Texas. No fim de semana, Rick Perry, o ex-secretário de energia e ex-governador do Estado, disse a repórteres que "o Texas não se tornou um campo de batalha eleitoral".

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