BNDES é notificado sobre processo do Equador

Se governo equatoriano der o calote no banco, pode ser expulso do Convênio de Créditos Recíprocos

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Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já está formalmente notificado sobre o processo de arbitragem promovido pelo Equador para não pagar os US$ 243 milhões devidos ao banco brasileiro. Anteontem, o BNDES recebeu a notificação da Comissão de Comércio Internacional (CCI) do acolhimento do pedido de Quito e começou a preparar sua defesa. A rigor, o Equador ainda não deu o calote no BNDES. Se houver inadimplência, o Tesouro terá de cobrir o rombo no banco porque concedeu o seguro do risco político da operação e Quito se verá diante da possível expulsão do Convênio de Créditos Recíprocos, mecanismo que reduz custos dos financiamentos das exportações entre os 12 sócios da Associação Latino-Americana de Integração. A expectativa do Itamaraty e do BNDES é que o Equador tenha o cuidado de não efetivar o calote. A prova dos noves se dará em 29 de dezembro, quando o Equador terá de pagar a segunda parcela - de US$ 28 milhões - do financiamento para a construção da Hidrelétrica de San Francisco. Ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o embaixador do Brasil em Quito, Antonino Marques Porto e Santos, disse que o ministro equatoriano de Coordenação de Setores Estratégicos, Galo Borja, declarou que seu país não dará um calote enquanto o processo de arbitragem estiver em andamento. Na semana passada, o Itamaraty começou a rever os 30 projetos de cooperação do Brasil com o Equador e anunciou, anteontem, que suspenderá todos que envolvam financiamento de instituições oficiais brasileiras. O ministro de Defesa equatoriano, Javier Ponce, disse ontem que Quito não vai pedir empréstimo ao BNDES para financiar a compra de 24 aviões Supertucanos, da brasileira Embraer, no valor de US$ 261 milhões.

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